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Enviada em: 29/10/2018

Desde 1891, com a primeira constituição republicana, o Brasil vive a expectativa de uma democracia preconizadora do bem-estar coletivo. Entretanto, no país a evidência do analfabetismo funcional na população vai contra esse anseio, uma vez que desqualifica a vida de diversas pessoas. Desse modo, deve-se analisar a qualidade do ensino brasileiro, como também a postura do Estado frente a problemática.      A priori, é indubitável que as instituições de ensino falham na plena alfabetização da população, visto que a falta de estrutura nas escolas corrobora a problemática. Em consonância com a obra "Urbanização Brasileira", o geógrafo Milton Santos referencia que essa expansão ocorreu, primordialmente, sob interesses corporativistas devoradores do bem-estar coletivo. Sendo assim, os núcleos de ensino do país não receberam o investimento necessário na sua infraestrutura, e por conseguinte, tais instituições oferecem uma educação de má qualidade. Isso é notório, à medida que cerca de 50% da população brasileira, com idades entre 15 e 64 anos, aprenderam a ler e escrever, porém falham na interpretação de textos, como também em formular uma argumentação.     A posteriori, segundo Hannah Arendt, em sua expressão "Banalidade do Mal", o pior mal é aquele que é visto como algo cotidiano. Sob essa óptica, ao observar-se a postura do Estado brasileiro frente a problemática, percebe-se que o pensamento da teórica alemã é constatado tanto na teoria quanto na prática. De modo similar a primeira Lei de Newton, a Lei da Inércia, a qual afirma que um copro tende a se manter imóvel até que uma força externa o desloque, o Estado se demonstra inerte a essa questão.  Visto que nenhuma medida específica foi planejada para tal problema. Isso é notável, ao passo que entre 2011 e 2015, houve aumento percentual dos brasileiros que compõe o grupo dos analfabetos funcionais, conforme dados do Instituto Paulo Montenegro.      Destarte, para alcançar o ideal almejado no final do século XIX, é imprescindível sanar o analfabetismo funcional do Brasil. Dessa forma, o Ministério da Educação. por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, deve criar um plano específico para a problemática supracitada. Assim sendo, tal Ministério deverá disponibilizar verbas que irão ser investidas nas instituições de ensino, de modo a promover uma melhor estrutura para os alunos e funcionários, a fim de que as escolas possam disponibilizar uma educação de qualidade. Visto que, tal plano visa, principalmente, capacitar os brasileiros para a formulação de argumentos e para a interpretação de texto, ou seja, o alfabetismo funcional, através de aulas específicas focadas nessa mazela.