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Enviada em: 14/03/2019

No livro "Crônica de uma morte anunciada" do colombiano Gabriel Garcia Marquez a comunidade é avisada com antecedência sobre o assassinato do jovem Santiago, porém ninguém impede essa barbaridade.Analogias à parte, tal obra assemelha-se a realidade brasileira, uma vez que, a sociedade -em sua maioria- assiste inerte as mazelas na educação, tampouco busca medidas alternativas que atenuem a problemática do analfabetismo funcional,seja pela mudança no desenvolvimento das aulas escolares, seja pela maior oferta de oficinas pedagógicas extra-turno.       A priori, é inquestionável, que fatores histórico-social são fatores primordiais que podem justificar o retardo na evolução da alfabetização, visto que, utilizar métodos arcaicos contribuem, lamentavelmente,para que as aulas tornem-se pouco dinâmicas. Nesse ínterim, ao se apropriar da mesma didática de séculos passados para alfabetizar não são eficientes, é o que relevam dados do MEC, em que aproximadamente, metade da população brasileira consegue ler e escrever, contudo não sabe interpretar além de poucas frases. Sob essa óptica, prevalece no contexto hodierno o conceito denominado pelo sociólogo Pierre Bourdieu de "capital cultural" ,o qual alunos com maiores acessos aos meios de informação e cultura possuem melhor capacitação para para inferir, analisar e compreender os mais diversos textos, em detrimento daqueles que continuam assistindo aulas com os métodos mais antigos , por meio de dedução de figuras e de memorizações silábicas.       A posteriori, é fato que o corpo docente  -sobretudo de colégios públicos- possui poucos aparatos tecnológicos e um curto espaço de tempo para ministrar aulas que habilitem os estudantes a detalhar seus conhecimentos. Nessa vereda, designar como papel unicamente dos professores tornar apto tamanho contingente que precisa ser alfabetizado, é danoso para a pedagogia, pois limita o aluno a aprender exclusivamente o que é repassado na escola, sem buscar treinos e profundamentos,apenas baseiam suas leituras aos livros indicados pelos professores.Sob esse prisma, é fundamental o apoio familiar para estimular o corpo discente a ter o hábito de estudar além dos horários da grade curricular.       Destarte, é imperioso que as diversas instâncias sociais aliem-se para sanar a intempérie do analfabetismo funcional. Portando é papel do MEC, em parceria com as IES -Instituições de Ensino Superior- elaborar projetos sociais a serem feitos por acadêmicos de psicopedagogia, letras e até mesmo educação física , que visem auxiliar crianças e jovens-adultos a serem proficientes na leitura, por meio de brincadeiras,competições de leitura e debates, possibilitando mudanças no contexto escolar sem utilizar recursos que exijam maior capital.Talvez assim, a morte da alfabetização deixará de ser anunciada tal como foi a de Santiago na literatura colombiana.