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Enviada em: 20/10/2017

Segundo Paulo Freire, a educação resultará no engajamento para a libertação frente às opressões do mundo capitalista. Contudo, tal concepção parece esmorecer com a realidade do analfabetismo brasileiro. Seja pela desigualdade socioeconômica ou até mesmo pela égide digital atual, esse problema encontra ânimo em sociedade.       É de vital importância destacar as causas da problemática à luz da herança colonial. Foi em 1808 com a vinda da família real para o Brasil, que o país passou por uma série de mudanças, sobretudo em investimentos que motivaram a abertura das primeiras escolas e faculdades. No entanto, esse notório salto desenvolvimentista privilegiou majoritariamente a elite, fazendo com que muitos da classe carente do império sucumbisse na marginalização e não desfrutassem disso. Consequentemente, o reflexo é nítido hoje: De acordo com o Instituto Paulo Montenegro, 8% das pessoas são incapazes de entender e se expressar através de letras e números.        Além disso, não só o fator histórico pesa nos ombros da população canarinha, mas também os próprios aspectos culturais contemporâneos. Embora o símbolo da presente época seja a multiplicidade de conexão e informação, é exatamente no excesso dessa que se presencia conflitos. De acordo com Nicholas Carr, jornalista norte-americano, a internet fez com que a atenção humana se fragmentasse. As estruturas cerebrais ao se modificarem para uma linguagem mais simples e rápida, fez com que houvesse a perda de habilidades funcionais até então essenciais para a comunicação - a capacidade de organizar e interpretar ideias. Logo, passamos a não mais produzir conteúdo e apenas o consumir em demasia.       Em virtude dos fatos supracitados, torna-se evidente portanto, a urgência do problema em questão no coletivo. Para isso, é indispensável que o Estado, em especial o Ministério da Educação, ofereça subsídios para as escolas em sua totalidade a fim de combater o analfabetismo funcional. Isso pode ser feito com  a inserção de atividades curriculares inovadoras, além de uma grade curricular diferenciada. Ademais, as próprias escolas devem através de palestras e abordagens reflexivas contribuir para a formação intelectual e no desenvolvimento das habilidades dos alunos. Honrando assim Albert Einstein,  que dizia que a mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.