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Enviada em: 20/10/2017

Aos moldes dos Genos            Na Grécia antiga, durante o período Homérico, as comunidades chamadas Genos representavam um modelo estrutural e ideológico de convivência em grupo ideal, pois havia entre os povos uma consciência coletiva geradora de uma perfeita unidade social. Nelas, os cidadãos sempre buscavam o conhecimento e o expressava por meio da escrita, pintura e escultura. Entretanto, evidencia-se, hoje, o retrocesso dessa realidade, já que a problemática do analfabetismo funcional persiste intrinsecamente ligada ao fato do Brasil, seja por uma questão financeira, seja pelo desinteresse.            É convincente destacar, primeiramente, que o baixo poder aquisitivo de alguns brasileiros está entre as causas do problema. Conforme Paulo Freire, "se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda". De maneira análoga, percebe-se que a questão do aumento do número de analfabetos funcionais no país é em consequência da evasão escolar, haja vista que, boa parte das famílias vivem na miséria, sendo necessário desistir dos estudos para encarar um serviço informal. Desse modo, o impasse se alastrou, tornando-se imprescindível, antes de tudo, melhorar a qualidade de vida financeira da população.       Cabe apontar, também, o desincentivo pelos estudos como um dos impulsionadores da problemática. De acordo com Kant, o imperativo categórico é o dever que todas as pessoas têm de seguir princípios os quais seriam benéficos se fossem seguidos por todos. Nesse sentido, nota-se, hodiernamente, que as pessoas praticam, conscientes ou não, o contrário da ideia do autor, tendo em vista que, se uma pessoa desiste de seguir o caminho dos estudos, esta passa a influenciar outras pela postura tomada, principalmente os filhos. Assim, as escolas brasileiras estão cada vez mais vazias e com alunos desinteressados, o que compromete a qualidade educacional das gerações futuras.        Infere-se, destarte, que a continuidade do analfabetismo funcional na contemporaneidade é produto da péssima qualidade financeira de algumas famílias e do desinteresse pelo estudo. A fim de atenuar o impasse, o Ministério das Cidades pode criar um curso gratuito em todos os municípios, com o foco de preparar as pessoas que tem a problemática para o mercado de trabalho formal, bem como criar acordos de contratação com as empresas, para que esse público já saia do curso empregados. Ademais, o Ministério da Educação deve estabelecer um programa dentro das escolas que premie, com dinheiro ou viagens, os alunos que obtiverem ótimo rendimento com os estudos, o que fará diminuir a evasão escolar. Assim sendo, construir-se-á um Brasil próximo aos moldes dos Genos.