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Enviada em: 21/01/2018

Segundo o sociólogo Émile Durkheim a sociedade moderna funciona como uma solidariedade orgânica, na qual o bem-estar geral depende do bom funcionamento de todos os setores. Contudo, atualmente, um desses setores (educacional) encontra-se deficitário, o que contribui para o analfabetismo funcional de muitos brasileiros. Nesse sentido, fatores de ordem econômica e social caracterizam a problemática.       É importante pontuar, de início, a pouca valorização dada à educação, seja por parte do governo ou de indivíduos da própria sociedade, como fator agravante da questão. Em um país onde as escolas não recebem investimentos financeiros nem apresentam estrutura para comportar os alunos e onde os professores são desrespeitados, a presença de analfabetos na sociedade é inevitável. Somado a isso, há a presença de uma cultura que também não incentiva o gosto pela leitura e pelos estudos nas pessoas. Tal fator pode ser ratificado pela pesquisa do site G1 que mostrou o decrescimento no número de leitores de 9,1% no país em 4 anos.       Outrossim, o fato da grande e histórica desigualdade social ainda se fazer presente no Brasil, dificulta o combate ao analfabetismo. Uma vez que as pessoas não apresentam condição financeira, muitas são levadas a colocar os filhos para trabalhar quando os mesmos deveriam se dedicar aos estudos. Paralelamente, por viverem em um ambiente de vulnerabilidade social, marcado pela promiscuidade, os filhos são mais propensos a se envolverem no crime ou apresentarem uma gravidez na adolescência, o que atrapalharia o desenvolvimento educacional do jovem.       É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho econômico e social na temática supracitada. Nesse viés, é fundamental que o governo, por intermédio de seus órgãos responsáveis, invista em educação a fim de formar cidadãos autônomos, conscientes e capazes de se expressar perante a sociedade. Tal medida pode ser efetivada por meio da construção e melhoria das escolas e de bibliotecas públicas. Ademais, cabe à mídia, em parceria com a família, incentivar as crianças e jovens a desenvolverem o gosto pela leitura e pelos estudos por meio de diálogos esclarecedores e campanhas em anúncios e propagandas nos principais meios de comunicação. Com essas medidas, talvez, será possível reduzir o analfabetismo funcional e alcançar o bem-estar geral proposto por Durkheim.