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Enviada em: 23/10/2017

Ignorância ignorada        A escola brasileira garante o ingresso do aluno à educação de base e cumpre um dos pilares da sociedade moderna. No entanto, apesar de apenas 8% da população ser analfabeta, segundo o MEC (Ministério da Educação), a conclusão dos estudos ainda constitui-se como uma dificuldade. Nessa perspectiva, o analfabetismo funcional cresce no país devido a falhas na educação, ao desinteresse da população e a falta de incentivo à leitura.        Em primeiro lugar, analisa-se que analfabeto funcional é o indivíduo que conhece o alfabeto, porém não consegue compreender e interpretar textos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a circunstância abrange um número considerável de 13 milhões de brasileiros, cerca de 8% da população do país. Além disso, conforme site de administradores, menos de 70% dos indivíduos que possuem nível superior apresenta plena habilidade de leitura e interpretação. Dessa forma, torna-se evidente que a leitura e interpretação de textos não são valorizadas no país como deveria, fato que gera um segmento que lê, mas não consegue entender a mensagem transmitida no texto.        Não obstante, verifica-se que não só a escola tem papel de alfabetizar, mas também é crucial a prática e o incentivo à leitura de cada indivíduo. Diante disso, no Brasil, conforme pesquisas do Instituto Pró-Livro e dos Retratos da Leitura, cerca de metade da população não leem livros por não compreender o conteúdo, apesar de letrados, e, a maioria, pela simples falta de interesse ou incentivo. Consequentemente, a dificuldade em compreender gêneros textuais dos mais simples prejudica o desenvolvimento intelectual, pessoal, social e profissional do indivíduo. Nesse sentido, o aumento do analfabetismo funcional gera o desemprego e a violência, já que sem educação adequada as pessoas são excluídas do mercado de trabalho e aliado a isso alguns recorrem à criminalidade.       Portanto, fica claro que a incompreensão de textos é um problema grave que prejudica tanto indivíduo como a sociedade. Assim, cabem às escolas refletir sobre esse preocupante índice com os alunos por meio de debates, palestras e aulas, a fim de estabelecer uma engrenagem para erradicar o analfabetismo e todos os aspectos que o sustentam: discriminação, exclusão e dificuldade de comunicar-se. Não obstante, cabe a cada indivíduo reconhecer seu papel de cidadão participante da sociedade e se informar através de jornais, revistas e livros e incentivar aqueles ao seu redor a fazerem o mesmo, já que muitas escolhas erradas são tomadas devido à falta de conhecimento e posicionamento crítico. Assim como disse Mário Quintana, poeta e jornalista brasileiro, o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê.