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Enviada em: 30/10/2017

É fato que são chamados de analfabetos funcionais os indivíduos que, embora saibam reconhecer letras e números, são incapazes de compreender textos simples, bem como realizar operações matemáticas mais elaboradas. Nesse contexto, o analfabetismo funcional persiste no Brasil, e erradicá-lo é um  desafio a ser superado.   Conforme pesquisa feita pelo Instituto Pró-Livro, 50% dos entrevistados declararam não ler livros por não conseguirem compreender seu conteúdo, embora sejam tecnicamente alfabetizados. Sob essa ótica, evidencia-se que o problema do analfabetismo funcional deve ter mais desvelo, pois a dificuldade de compreensão dos gêneros textuais, mesmos os mais simples e mais acessados no cotidiano, prejudica o desenvolvimento intelectual, pessoal e profissional do indivíduo. Diante disso, a alfabetização é um pilar educacional fundamental  transmite dignidade e justiça, promove a coesão e inclusão social.   Embora o número de analfabetos tenha diminuído na nação canarinha nos últimos quinze anos - segundo o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, o analfabetismo funcional ainda é um fantasma que atinge até mesmo estudantes que frequentam o ensino superior, desfazendo o mito de que ele estaria intrinsecamente relacionado à baixa escolaridade. Nessa perspectiva, não cabe somente à escola o papel de alfabetizar e letrar, visto que o letramento é uma prática presente em diversas situações do cotidiano, envolvendo não apenas a leitura tecnicista de textos, mas também o desenvolvimento da criticidade e capacidade de elaborar opiniões próprias diante dos conteúdos acessados.   Parafraseando o filósofo Rousseau, o saber liberta e é efetivamente o caminho para qual o homem deve seguir. Nessa sentido, desenvolver métodos que priorizem o letramento é fundamental para que o analfabetismo funcional seja superado, e para isso é inquestionável a importância do trabalho conjunto entre pais e professores. Isso se dará através das ações do Estado de promover uma educação de qualidade  desde a educação primária ao ensino superior para garantir oportunidades iguais; no trabalho conjunto da escola e da família, na formação de indivíduos autônomos, intelectualmente ativos, capazes de intervir de forma consciente e proativa na sociedade. Só assim, é possível mudar a realidade atual do analfabetismo funcional de maneira eficaz.