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Enviada em: 27/10/2017

Para Paulo Freire, o mais notável educador brasileiro, aprender é um ato revolucionário e, por meio da educação, o indivíduo passa a ter consciência da própria condição histórica, bem como da sua capacidade de transformar o mundo. Todavia, o Estado, ao não assegurar, em grande parte do território, uma educação de qualidade e emancipadora, contribui para o aumento da taxa de analfabetos funcionais: indivíduos que, embora sejam tecnicamente alfabetizados, são incapazes de assimilar o conteúdo de textos, bem como solucionar operações matemáticas mais complexas.        Diante disso, deve-se enfatizar que, na maioria das escolas, o trabalho com a leitura é centrado em habilidades de decodificação da escrita em detrimento da reflexão do texto e, além disso, o exercício da educação é reconhecido somente como um ato unilateral, posto que é recorrente a abordagem do educador como o único a deter conhecimento. Não obstante, ressalta-se a atual situação infraestrutural da maior parte dos centro educacionais, onde itens básicos estabelecidos pelo Plano Nacional de Educação - Lei nº 13.005/2014 - não são implantados. Ainda convém ressaltar o quanto as causas sociopolíticas condicionam a desigualdade no acesso à escola e ao livro no Brasil. Dentre os fatores perpetuadores desse contraste, cita-se a pobreza e o isolamento geográfico.       Nesse sentido, o modelo de aprendizado predominante nas escolas limita a atuação crítica dos alunos e dificulta a interação entre esse e o escrito literário. Dessa forma, a carência de compreensão  leitora torna o indivíduo incapaz de entender seus direitos e deveres na sociedade, como, também, dificulta a sua integração no mercado de trabalho. Outrossim, a falência estrutural dos espaços educacionais, além de causar desconforto para alunos e professores, contribui para maiores índices de evasão escolar, visto que uma estrutura sólida implica interesse dos discentes.       Portanto, a partir dos argumentos supracitados, medidas são necessárias para resolver o impasse. Compete aos professores, por meio de debates, seminários e palestras interativas, manifestarem a importância do hábito de leitura, bem como incentivarem a o aluno a investigar seus interesses e dificuldades na interpretação de obras e de problemas matemáticos. Desse modo, os docentes proporcionarão à alfabetização absoluta do discente e a sua participação na sala de aula. Ademais, cabe às Secretarias de Educações estaduais e municipais, a fim de garantirem o acesso universal à educação e um ambiente de qualidade aos alunos, direcionarem verbas para a construção de escolas em áreas rurais e periféricas, tal como a reestruturação física dos centros educacionais no país, priorizando o acesso à água tratada, esgoto sanitário e bibliotecas. Somente assim, ter-se-á uma nação onde a alfabetização será uma realidade vivida por todos os brasileiros.