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Enviada em: 30/10/2017

O abridor de latas   Desde o iluminismo, e posteriormente, a revolução francesa, o caráter participativo acentuou-se na sociedade. Nela, produz-se textos como: leis, notícias e propagandas. Compreendê-los é fundamental ao pleno exercício da cidadania. Porém, no Brasil, segundo o site UOL, apenas 8% dos alfabetizados conseguem compreender o que leem. Os demais, com frequência, são utilizados como massa de manobra. Para se encontrar alternativas a essa questão, convém, antes, analisar sua causa e reestruturar equívocos.   Em primeiro lugar, o capitalismo gera analfabetos funcionais à medida que induz na sociedade a cultura da alienação para mascarar as contradições do sistema. Ora, para Karl Marx, é o modo de produção quem determina superestruturas como a política e a mídia, que por sua vez, moldam e influenciam a sociedade. Logo, tornou-se hábito o consumo de “enlatados culturais”, por não demandarem esforço de compreensão. Prova disso, o programa ”BBB” é sucesso de IBOPE.   Entretanto, é simplista afirmar que nada é feito para amenizar essa situação. Pesquisas da OCDE apontam que o Brasil investe tanto em educação quanto algumas potências europeias. Entretanto, o montante por aluno, destinado ao ciclo básico e médio, é pífio, comparável ao investido pela Colômbia. Consequentemente, muitos alunos que estão na fase de criar hábitos como a leitura, ficam desassistidos e tornam-se futuros analfabetos funcionais. Torna-se evidente, portanto, que reforçar o hábito da leitura é medida que se impõe para se abrir a “lata” da alienação. É vital, para isso, que o MEC remaneje recursos para os ciclos básico e médio. Já as ONGs em parcerias com as escolas, podem aproveitar o interesse do jovem pelo uso do celular e desenvolver campanhas de incentivo a leitura através dele. Os empresários, por sua vez, podem participar doando aos seus empregados literatura de qualidade e concedendo-lhes tempo para lê-las. O escritor Ziraldo disse que a leitura é o alimento da alma. E essa, de certo, não foi feita para existir dentro de uma latinha.