O abridor de latas Desde o iluminismo, e posteriormente, a revolução francesa, o caráter participativo acentuou-se na sociedade. Nela, produz-se textos como leis, notícias e propaganda. Compreendê-los é fundamental ao pleno exercício da cidadania. No Brasil, porém, segundo o "UOL", 8% dos alfabetizados compreendem o que leem. Urge, então, desvendar quem fabrica essa situação, o porquê ,e os meios, e ,em seguida, com esse conhecimento, revelar a alternativa para formar brasileiros mais plenos na leitura. Primeiramente, o capitalismo produz o analfabeto funcional, visando mascarar as contradições e injustiças do sistema. Karl Marx disse que, o operário não se apropriar do objeto do próprio trabalho é uma dessas incoerências. Há, também, injustiça, como o "dumping social", que explora o trabalhador, cada vez mais pobre, em nome do sucesso da empresa, cada vez mais rica. Ora, manipular, desse jeito, uma sociedade consciente, é mais difícil, logo, objetiva-se aliená-la com a ideologia do prazer imediato. Nesse contexto, a sociedade foi induzida a absorver o que é fácil, prazeroso e rápido. Isso é reafirmado, em parte, neste trecho de uma música de Renato Russo: "Desde pequeno fomos programados a receber o que vocês nos empurram com os enlatados ...". Explica-se assim, sucessos como "American Pie", "BBB", e músicas cheias de onomatopeias como "eu quero tchu...". E, com isso, ler fica em segundo plano. Evidencia-se, portanto, que criar o hábito da leitura, na sociedade, é a alternativa que se impõe para a redução da quantidade de analfabetos funcionais. Assim, a escola poderia estimular no aluno, o hábito de ler, concedendo-lhe ponto extra ou o abono de falta, por cada livro que lesse, desde que fizesse resenha, desenvolvendo a criticidade. Já a mídia, poderia veicular após cada propaganda consumista, mensagens rápidas, como acontecia nas propagandas de cigarro, que informassem dos males da alienação ou estimulassem a leitura. Ziraldo disse: " A leitura é alimento da alma.". E essa, não foi criada para habitar numa latinha.