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Enviada em: 27/03/2018

O analfabetismo funcional é definido como a incapacidade que o indivíduo possui de interpretar textos, mesmo sabendo decodificar as letras. De acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública (IBOPE), 68% dos brasileiros não consegue interpretar adequadamente um conjunto de palavras escritas. Dessa forma, é imprescindível ressaltar que o impasse se relaciona não somente com aspectos sociais, como também com a estruturação das redes de ensino na contemporaneidade.     Segundo Pierre Bourdieu a escola é uma legitimadora da desigualdade social, visto que não cumpre, na maioria dos casos, o objetivo de fornecer, por meio da educação, uma ascensão social aos indivíduos mais desfavorecidos da população. Semelhantemente, é possível ressaltar que a discrepância social, no Brasil, contribui para a manutenção do analfabetismo funcional, visto que os indivíduos têm dificuldades em obter uma perspectiva otimista com relação ao estudo. Dessa maneira, é imprescindível notar que, pela dificuldade financeira, diversas pessoas precisam iniciar precocemente atividades laborais e, por não possuírem incentivo, não dão o grau de importância devido às instituições de ensino, o que dificulta o processo efetivo de aprendizagem.     Outrossim, os aspectos financeiros influenciam na falta de uma estruturação adequada das escolas, o que corrobora o desenvolvimento do analfabetismo funcional na população. A ausência de recursos adequados para diversas redes de ensino fazem com que essas não possuam um ambiente capaz de alcançar educacionalmente todos os alunos, visto que faz pouco uso de mecanismos didáticos que poderiam ajudar estudantes com dificuldade de aprendizado, como a utilização da tecnologia nas salas de aula. Além disso, a falta de preparação dos profissionais para poderem identificar, de maneira mais significativa, dificuldades individuais e acompanhar mais efetivamente os alunos dificulta o processo educacional e permite a continuidade da dificuldade de interpretar textos de forma eficiente.     Medidas são necessárias, portanto, para resolver o impasse e minimizar os danos causados pelo analfabetismo funcional na sociedade brasileira. O Governo deve, por meio do aumento de recursos voltados à educação, melhorar a estruturação das instituições de ensino e fazer a utilização, dessa forma, de mecanismos que possam melhorar o aprendizado e o interesse dos alunos, como o uso da tecnologia em sala e garantir, assim, a redução da dificuldade interpretativa de diversas pessoas. O Estado tem o dever, também, de elaborar palestras nas escolas, que coloquem em pauta a importância do acompanhamento do professor no ensino de qualidade para melhorar, dessa maneira, a taxa de analfabetos funcionais na contemporaneidade brasileira.