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Enviada em: 26/09/2019

Em março de 2019 foi aprovada a lei número 13.812, que se refere à criação da Política Nacional de Busca por Pessoas Desaparecidas, medida responsável por dinamizar as investigações de pessoas em situação de paradeiro com o fim de diminuir o número de casos atuais - que se aproxima de 45.000 ao ano, de acordo com o site Jus.com. Apesar desse significativo avanço para a segurança pública nacional, essa situação ainda se configura problemática pela perpetuação de problemas sociais graves, como a inobservância do Estado para com a questão da saúde pública ao não fornecer apoio psicológico àqueles que mais estão envolvidos nesse cenário - os jovens -  e pelo povo que reafirma a cultura excludente e intolerante que vigora hoje em dia.       Em primeiro plano, o governo - apesar de presente na formulação de soluções plausíveis para amenizar o número de desaparecidos no Brasil, como a criação de delegacias especializadas em pessoas desaparecidas - reafirma o cenário inobservante no que tange à saúde pública. De acordo com o site Cidadelivre.com, quase 30% dos casos de paradeiros são protagonizados por jovens de 17 a 22 anos justificados por questões psicológicas, o que ilustra o poder público falho que não fornece apoio médico necessário para amenizar essas questões. Fatores como a falta de profissionais capacitados nos hospitais públicos para tratamento dessas pessoas - como psicólogos e assistentes sociais - reforçam o cenário precário de luta pelo fim dos paradeiros no país. Assim, mesmo que haja políticas públicas refentes ao tema, elas não são ampliadas e efetivadas por causa da ineficiência do Estado em prover o bem-estar social assegurado por lei.       Além disso, a perpetuação de comportamentos preconceituosos por parte do povo contribui para o aumento dos casos de desaparecimento: jovens lésbicas que possuem dificuldade de aceitação da família são as principais figuras em paradeiro entre a parcela feminina, de acordo com O Globo. Assim, é incontestável que a homofobia enraizada na cultura brasileira corrobora para a ineficácia das políticas públicas instauradas para o combate a esse cenário, uma vez que a intolerância torna o ambiente hostil para essas minorias que, aliado à falta de suporte estatal na saúde, optam pela fuga.       Dessarte, medidas que visam incentivar a ampliação das políticas públicas para os casos de desaparecidos no Brasil e efetivá-las são necessárias. Para tal, o Ministério da Saúde deve promover a  maior oferta de vagas ligadas ao tratamento psicossocial da população, como psicólogos e assistentes sociais, por meio de concursos públicos nacionais. Essa proposta sugere um aumento de profissionais na área da saúde para o combate efetivo das causas do aumento de desaparecimentos e, então, a médio prazo, a diminuição desse quadro tão preocupante na realidade atual.