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Enviada em: 12/10/2017

Quem tem medo dos apps?    Desde o movimento operário ludista com o advento da Revolução Industrial, que estimulava a destruição de equipamentos criados para aumentar a produtividade nas indústrias inglesas, a tecnologia causa incômodo. Hoje em dia, percebe-se o renascimento desse movimento no Brasil que, na tentativa de manter o estado atual, empresas tradicionais apoiam o banimento de aplicativos como a Uber, a Zaznu e o Airbnb, sob a desculpa de serem ilegais. No entanto, banir esses aplicativos úteis à sociedade moderna significa reconhecer os “quebradores de máquina” do movimento ludista?     Em uma primeira análise, verifica-se um claro incômodo das empresas tradicionais com a perda de espaço para os aplicativos, tanto pelo crescimento da competitividade quanto pela diminuição do lucro. Segundo o gestor das startups de Tecnologia da Informação e Comunicação do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia Leonardo Dias, é nítido que o segmento afetado vai reclamar por proteção. Logo, essas corporações intensificam uma onda conservadora, com a defesa de seus representados, já que grande parte do dinheiro fica com esses grupos. Além do mais, esses novos serviços têm preços mais baixos e disponibilizam um nível de atenção e qualidade como diferencial. Assim, aumentam as opções para os cidadãos e tornam as entidades costumeiras menos relevantes.     Em uma segunda abordagem, observa-se uma nova fase do Ludismo no país. Para o historiador Eric Hobsbawm, esse movimento era uma mera técnica de sindicalismo de operários. Nesse viés, presenciam-se reclamações contras esses aplicativos e a sua substituição em relação às clássicas, a fim de não perder os atuais empregos. Em virtude disso, motoristas do Uber são agredidos ao se dirigir para atender um cliente, por exemplo. Além disso, afirmam que o problema desses apps é o não pagamento de impostos e por não serem regulamentados que, por conseguinte, torna a concorrência desleal. Dessa forma, desde que sejam regulamentados, a maioria não é contra essas tecnologias.   Em virtude do que foi mencionado ao longo desse debate, deseja-se que os esforços para mudança sejam guiados de forma a propiciar avanços com relação ao assunto. Nesse sentido, deve-se, a princípio, determinar como objetivo, fortes investigações por parte do Governo Federal, com a finalidade de punir de forma apropriada todas as atitudes sociais que descumpram com a determinação da Constituição. Ademais, é necessário que haja na sociedade brasileira, inclusão de debates acerca dessas novas tecnologias, a fim de que possa atender aos anseios da população e o interesse coletivo em prol de um meio melhor para convivência entre esses aplicativos e os modelos já existentes. Só assim esses atuais ''quebradores de máquinas'' não serão legitimados.