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Enviada em: 20/02/2019

No livro " A banalidade do mal", Hannah Arendt expõe que o pior mal é aquele visto como algo corriqueiro e cotidiano. Sob essa ótica, ao observar-se os malefícios da pirataria para a sociedade brasileira, percebe-se uma veracidade do pensamento de Hannah tanto na teoria quanto na prática e a problemática segue intrínseca à realidade do Brasil. Nesse sentido, convém uma análise de como a pouquidade de fiscalização e a falta de ética contribuem para o impasse.      A priori,   é indiscutível que o ato de piratear  inspira atenção às suas causas e dos seus responsáveis. Nesse bojo, não se pode negar o valor de fatores graves e emblemáticos como a pouca fiscalização. Nesse sentido, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Brasília, apenas 24% dos estabelecimentos comerciais são submetidos a um processo de verificação das mercadorias.    Outrossim, a falta de ética também representa um óbice. Segundo pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a taxa de pessoas que já adquiriram produtos clandestinos por conta do valor reduzido, beira os 90%. Desse modo, é indubitável o fator ético da população como agravante do crime. Nesse ínterim, para Saulo Duarte Ribeiro, na falta de ética, a corrupção encontra solo fértil.       Infere-se, portanto, que o Ministério da Defesa deve, por meio da Polícia Federal, promover atos de verificação nos demais centros comerciais, a fim de fiscalizar e apreender eventuais produtos ilegais. Ademais, para Paulo Freire, a educação muda as pessoas e essas mudam o mundo. Destarte, o Ministério da Educação deve, por meio de escolas públicas, garantir palestras de cunho ético ministradas por profissionais especializados no assunto, com o objetivo de abrir a mente dos ouvintes a ponto de perceberem que, ao comprar mercadoria pirata, estão contribuindo para a manifestação da corrupção sistemica em seu país.