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Enviada em: 11/03/2019

Bootleg é o nome da prática de gravação e distribuição ilegal de conteúdos teatrais. Também, é a principal explicação da crescente onda de fãs não-estadunidenses de obras que só são apresentadas nos teatros da Broadway, Nova Iorque. Tal atividade, como a pirataria em geral, é criminalizada. Outrossim, também como a pirataria, é uma questão que não seria tão problemática se as obras culturais tivessem um alcance social mais abrangente, e menos segregatório.  A violação ao direito autoral é um crime difícil de controlar. Na última década, a única grande apreensão notória no Brasil foi a derrubada do site de conteúdo audiovisual MegaFilmesHD, referencia brasileira de streaming ilegal. Apesar disto, o Fórum Nacional Contra a Pirataria de 2016 calculou que endereços de transmissão ilícitos são oito vezes mais assistidos que o maior endereço eletrônico de streaming legal do mundo, Netflix. Esse fato, de acordo com o mesmo fórum científico, gerou um prejuízo de 721 milhões de reais, em imposto, no primeiro semestre do ano de 2016. Porém, é impensável cogitar uma ação profiláxica sem refletir sobre a sociedade que está inserida nesta situação: Todo novo indicador de desenvolvimento da economia da cultura que o Instituto de  Pesquisa Econômica Aplicada divulga aponta dados similares, no ponto que sempre menos da metade da população tem acesso cotidiano a teatro, cinema, etc. Isso é mais perceptível no senso comum ao ver preços dessas atrações culturais -em certos shoppings, um ingresso de cinema pode chegar até 60 reais. O que justificava, apesar de ilegal, o uso da pirataria no cotidiano: Um meio da classe econômica mais baixa que diminuir a segregação cultural. Em síntese, a única profilaxia que vá, de fato, diminuir a pirataria no  Brasil, é o investimento do Estado na cultura. Para isso acontecer, indica-se que o Ministério da Educação e Cultura dê desconto a eventos culturais para a classes mais vulneráveis e que oferece seu próprio serviço de conteúdo a demanda para os mesmos, visando facilitar o acesso a cultura para todos. Pois afinal, a cultura não deveria ser segregar economicamente, e sim o que a carta magna diz ser: um direito para todos.