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Enviada em: 25/05/2019

Pirataria no Brasil é crime, e como tal, em tese, deveria ser mal vista pela sociedade. No entanto, é uma prática que faz parte do cotidiano dos brasileiros, gerando desemprego e prejudicando a economia do país. Por isso, convém analisar as causas dessa problemática, que envolvem tanto aspectos culturais, quanto governamentais.        Primeiramente, elenca-se como uma das causas da pirataria a alta carga tributária que majora o preço dos produtos e, assim, leva o consumidor - especialmente o desfavorecido - a escolher o falsificado, pelo preço muito abaixo do mercado. A exemplo, segundo a Federação de Comércio do Rio, 93% dos consumidores de produtos falsificados são atraídos pelo baixo preço. Em decorrência disso, o cidadão que opta pela pirataria é prejudicado sem perceber: ao financiar o comércio ilegal, está contribuindo para a deficiência do governo na prestação de serviços à população, vide que, conforme o Ministério da Justiça, R$30 bilhões por ano deixam de ser arrecadados em impostos em razão da pirataria.        Em segundo lugar, justifica-se a cultura de aceitação a venda e  compra de produtos falsificados à luz do conceito de Banalidade do Mal que, definido pela filósofa Hannah Arendt, queria dizer que o mal é ainda mais perigoso do que supomos porque pode apresentar-se como algo corriqueiro, comum. Nesse sentido, organizações criminosas são vistas como apenas uma opção mais barata de consumo. Dessa forma, o cidadão não percebe os prejuízos causados a si mesmo por suas escolhas de consumo: por causa da pirataria, o Brasil deixa de criar dois milhões de empregos formais, alerta o Ministério da Justiça.            Desse modo, é relevante buscar alternativas para reduzir a pirataria. Portanto, o Estado deve desestimular essa prática, reduzindo a carga tributária dos produtos que mais são falsificados, para que o original seja acessível à população. Além disso, deve desenvolver, em escolas da rede pública, trabalhos pedagógicos, de maneira didática, natural e eficiente, com o fito de formar consumidores menos tolerantes à pirataria.