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Enviada em: 24/05/2019

Na obra "A Menina que Roubava Livros" de Marcus Zuzak, conta a história de Liesel, uma garota que morava na Alemanha no período da 2º Guerra Mundial. Tal narrativa enfatiza o ato da garota de roubar livros proibidos pelo partido nazista e usar a literatura como um subterfúgio da realidade. Sob esse viés, nota-se que a pirataria encontra-se na mesma linha de objetivo da história de Zuzak, uma vez que, inúmeros brasileiros passam a utilizar meios ilícitos para o consumo das mais diversas mídias de lazer, gerando consequências nefastas para o setor econômico, principalmente, no mercado de trabalho.   Em primeiro plano, evidencia-se a condição financeira como fator que sustenta o problema. Isso porque a maioria das obras de entretenimento são pagas. Com isso, uma parte da população mais vulnerável economicamente acessam plataformas para fazer download e ter acesso a obras de modo gratuito, como exemplo o Torrent, uma plataforma americana que disponibiliza livros, músicas e filmes sem custos. Prova disso é que 92% dos produtos piratas, em 2016, foram consumidas por pessoas da classe D, de acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada). Assim, observa-se que a questão financeira está ligada diretamente ao consumo de obras por meios ilegais.   Além disso, observa-se o comportamento passivo das pessoas à respeito do tema, como outra vertente a ser analisada. Tal prerrogativa pode ser verificada quando a sociedade desqualifica como um crime a pirataria e passa a consumir esses produtos de modo significativo em detrimentos dos legais. Exemplo disso é que a cada 10 brasileiros 6 têm o hábito de comprar produtos piratas, segundo a Federação do Comércio do Rio de Janeiro (FECRJ). Dessa maneira, a reverberação do problema permanece pela ausência de consciência dos consumidores e suavização de um ato ilegal, totalizando um prejuízo de 115 bilhões de reais para o mercado financeiro, segundo a FECRJ.    É preciso, portanto, mudar esse cenário. Para isso, o Governo deve ampliar o acesso gratuito para as pessoas economicamente mais vulneráveis, tais como a classe D e E, por meio da distribuição de descontos individuais nas plataformas de vendas de obras legais e garantir o acesso as mídias de lazer para todos os cidadãos. Outrossim, a Receita Federal deve desenvolver palestras educativas nas escolas, associações de moradores dos bairros para enfatizar os malefícios e prejuízos à economia ao  consumir-se produtos piratas. Só assim, a sociedade poderá obter de maneira lícita as obras, e não ter que agir igual a garota em "A Menina que Roubava Livros".