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Enviada em: 07/09/2018

O surgimento de políticas de ingresso no ensino superior, como SISU, Prouni e Fies possibilitou que mais estudantes de baixa renda realizassem o sonho de estudar em uma universidade. No entanto, a baixa qualidade do ensino básico e a falta de investimento público em pesquisas dificultam o crescimento de tais instituições na dinâmica da globalização.     Apesar da maior abrangência da educação entre os brasileiros, as instituições de ensino fundamental e médio não oferecem educação de qualidade. Isso porque, esses locais de ensino sofrem com a deterioração da infraestrutura – geralmente de responsabilidade pública - e o baixo incentivo de formação aos profissionais de educação. Esse fato, nesse contexto, reflete-se em números. De acordo com o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), em 2012, 38% dos estudantes do ensino superior não dominavam as habilidades básicas de leitura e escrita. Dessa forma, o estudantes saem do ensino médio com deficiência em conhecimentos de base e entram nas Universidades atrasados e com dificuldades de manter-se nelas.     Além disso, para a piora do quadro dessas instituições, há baixo incentivo à produção científica. Esse fato decorre, pois, da falta de um planejamento nacional que transfigure o modelo superior em um centro de produção tecnológica. Os tecnopolos, denominação dada aos centros de tecnologia, baseiam-se na agregação de tecnologia aos produtos primários, possibilitando a pesquisa e a inovação. No entanto, mesmo com o Brasil sendo o 13º maior produtor de artigos científicos, segundo a Clarivate Analytics, a sua atuação no contexto de inovação ainda é baixa. Esse fato, como resultado, corrobora para o atraso econômico e social brasileiro frente às grandes potencias geopolíticas.   Portanto, o ensino superior sofre dificuldades estruturais que impendem o seu crescimento. Para reverter isso, é preciso que o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão- associado ao da Educação - elabore um projeto orçamentário focado no ensino básico e científico. Para isso, é preciso oferecer uma qualificação profissional focada no ensino para professores de nível básico, e melhorar a infraestrutura das escolas para incentivar o engajamento dos alunos. Além disso, é necessário criar um fundo orçamentário, focado no desenvolvimento científico das instituições de ensino superior, de forma que elas possam auxiliar no movimento do PIB brasileiro. Somente assim é possível melhor o atual quadro do ensino superior.