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Enviada em: 17/09/2019

Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, foi inaugurada a primeira universidade brasileira. Na contemporaneidade, programas socioeducacionais - tais como Fies e ProUni - foram criados para facilitar a entrada de jovens na faculdade. No entanto, hoje, mesmo com a ampla facilidade no acesso ao ensino superior, estudantes ainda convivem com entraves internos e externos que dificultam suas respectivas formações acadêmicas.         Em primeira análise, cabe ressaltar que o nível raso das escolaridades primária, fundamental e média corrobora para a dificuldade por parte do aluno em assimilar os conteúdos dados na graduação. Nesse sentido, Kant diz que o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. Todavia, ao comparar a máxima expressa pelo filósofo e a realidade das escolas, percebe-se que as mesmas - outrora responsáveis pela formação educacional infanto-juvenil - não têm cumprido com seu papel, visto que limita-se apenas à obrigatoriedade de conteúdos. Assim, devido à não ampliação da matriz curricular dessas instituições, o indivíduo, ao chegar ao ensino superior e deparar-se com o nível de complexidade que lhe é posto, sente-se incapacitado de prosseguir com seus estudos e recorre, em último caso, à desistência.         Por outro lado, as dificuldades socioeconômicas também influenciam no processo de abandono por alunos nas Universidades. Sob esse viés, o filme "O menino que descobriu o vento" mostra a realidade de um adolescente africano que deixou de frequentar as aulas em seu colégio porque não tinha condições financeiras para pagá-las. Analogamente à longa metragem, pessoas desistem do curso superior porque não possuem recursos monetários suficientes para arcar com as despesas do mesmo, tais como material didático e passagens no transporte público. Por conseguinte, o mercado de trabalho carece com o desfalque - em larga escala - de profissionais capacitados a suprir a demanda consumidora.         Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para modificar a problemática. Destarte, urge que as escolas - do nível primário ao médio - melhorem seu conteúdo programático, a partir da busca por meios que melhorem a aprendizagem do aluno, com o auxílio de dinâmicas que tenham por finalidade tornar o processo de assimilação completo e produtivo. Ademais, compete que as instituições de ensino superior invistam em recursos financeiros no programa de apoio estudantil, por intermédio do direcionamento prioritário aos discentes que possuem baixa renda, com o fito de diminuir, dessa maneira, a evasão dos mesmos. Desse modo, o investimento feito pela Coroa Lusitana aqui no Brasil passará a ser um patrimônio cultual material de todos.