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Enviada em: 12/06/2018

É de conhecimento geral que, atualmente, a inserção de crianças com distúrbios de aprendizagem no sistema educacional é um dos obstáculos mais evidentes na sociedade brasileira. É mediante tal questão que muitos jovens abandonam as escolas. Nesse contexto, é indispensável salientar que os baixos investimentos nos setores educacionais estão entre as causas da problemática, haja vista a falta de professores capacitados e de acompanhamento pedagógico. Diante disso, vale discutir a administração pública para com as pessoas deficientes, bem como a atuação da família e do Estado de modo a tentar solucionar tal impasse.    A Constituição Federal de 1988 - norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro - garante apoio pedagógico especializado para todos os estudantes com necessidades educacionais especiais. Todavia, o poder público não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, porém, o que se verifica no Brasil é uma deturpação deste conceito. Quanto a essa questão, é notório que os financiamentos públicos ao Atendimento Educacional Especializado - serviço do Ministério da Educação - são ínfimos, como também as classes comuns dos colégios não são preparadas para atender as pessoas com deficiências, como a dislexia e o Transtorno de Déficit de Atenção. De maneira análoga, é possível perceber que, por falta de administração e de fiscalização pública por parte de algumas gestões, a proteção aos estudantes especiais não é firmada.   Outro ponto relevante nessa temática é a importância do reconhecimento da família para o diagnóstico precoce dos distúrbios de aprendizagem. Contrariando essa lógica, muitos pais confundem os transtornos educacionais com a falta de atenção ou de interesse do jovem. Nessa ótica, estudos do Ministério da Saúde indicam que o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é desconhecido por cerca de 80% da população e que, aproximadamente, 65% da população do país possui algum tipo de distúrbio de leitura ou de escrita. Em outras palavras, os transtornos de aprendizagem são muito frequentes e não são conhecidos, o que dificulta o diagnóstico e, consequentemente, a solução da problemática.   Fica evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um país melhor. Para tanto, o Ministério da Educação deve aumentar o investimento sobre as instituições escolares, de maneira a fornecer professores qualificados em educação especial. Com isso, muitas crianças com dificuldades no aprendizado poderão receber apoio escolar de forma eficiente. Assim, o Brasil sairá das sombras, como na alegoria da caverna de Platão.