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Enviada em: 16/06/2018

O educador Paulo Freire defende, no livro "A Educação do Oprimido", que o ensino é uma forma libertadora cujo objetivo é despertar a criticidade do aluno, de modo a incentivá-lo na busca de sua autonomia e consciência social. No Brasil contemporâneo, no entanto, muitos indivíduos apresentam distúrbios na aprendizagem, os quais podem implicar a evasão e retrocesso cognitivo. Faz-se necessário, então, analisar a função dos pais e da escola na atenuação do impasse.              Mormente, observa-se que a falta de informação e negligência corroboram para a problemática. Isso porque a maior parte dos indivíduos já apresenta deficiência de aprendizagem desde o nascimento a qual evolui progressivamente e, em virtude da inadvertência e da ausência de estudos abrangentes sobre a temática, só é diagnosticada tardiamente. Além disso, nota-se que muitos pais e responsáveis não dão a devida atenção para essa situação, seja por dedicarem a maior parte de seu tempo ao emprego, seja por classificarem essa função como exclusiva da escola, de maneira a atribuir o desinteresse como característico da atuação de seus filhos. Por conseguinte, esses estudantes passam a apresentar um mal rendimento escolar e entendimento compassado.              Ademais, percebe-se ainda que as instituições escolares também contribuem para a manutenção do problema. Isso se deve ao fato de que a maioria das escolas, por não apresentarem profissionais capacitados às carências escolares, idealizam um modelo de estudante "perfeito" ao invés de auxiliar e se adaptar às necessidades do aluno. Sob essa perspectiva, os jovens com dificuldades de aprendizagem são desmotivados e não aprendem no método convencional, de modo a desistirem do ensino formal. Nesse sentido, o princípio de equidade garantido pela Constituição Federal de 1988 se torna um fator extrínseco à realidade.              Infere-se que, portanto, apesar da educação ser um direito social, alguns indivíduos apresentam dificuldades em desenvolvê-la. Destarte, o Governo, em parceria com o Ministério da Educação, deve criar um mecanismo abrangente de inclusão, por meio da inserção na grade escolar de aulas de ginástica intelectual, ministradas por fisioterapeutas e psicólogos, para esses estudantes no turno contrário; bem como promover palestras com atividades lúdicas - como brincadeiras e danças - sobre a assistência e os sinais que identificam esse problema. Outrossim, cabe ao Congresso Nacional propiciar um destino maior de investimentos à área educativa, por intermédio de uma alteração na Lei de Diretrizes, com o intuito de preparar os profissionais da educação, a fim de garantir um progresso no sistema educativo do país, o qual não coaduna com a própria Magna Carta. Dessa forma, o ensino alcançará o propósito descrito por Freire.