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Enviada em: 17/07/2018

Teoricamente, uma democracia, em sua etimologia chamada de governo do povo, deve buscar garantir a liberdade, a igualdade, a equidade e a justiça entre todos seus cidadãos. Infelizmente, no que diz respeito ao acesso à educação de crianças com distúrbios de aprendizagem, esse ideal parece estar cada vez mais distante da realidade brasileira. Isso ocorre, a julgar pelo panorama atual, pela ineficiência dos representantes públicos em assegurar os direitos dessa minoria e pela falta de conhecimento da população, o que dificulta o tratamento especializado.       Em primeiro plano, cabe enfatizar a importância de medidas compensatórias para a inserção escolar de grupos com deficiência. De acordo com Aristóteles, filósofo ateniense, deve-se, a fim de garantir o pilar democrático de equidade, tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade. No entanto, apesar dessas políticas também serem asseguradas pela Constituição Cidadã, os representantes públicos, que visam o eleitorado mais representativo, pouco se esforçam para a concretização dos direitos daqueles que historicamente foram excluídos.        Além disso, é indubitável que a insuficiência de informação potencialize os empecilhos à construção do processo cognitivo  dessas crianças. Desta forma, os responsáveis demoram a notar  as dificuldades educacionais e, por conseguinte, atrasam o diagnóstico médico, o qual é imprescindível para o início da intervenção profissional. Ademais, a estrutura pedagógica precária catalisa o desinteresse estudantil e a problemática da transmissão de conhecimento, pois esses alunos necessitam de uma metodologia de ensino e materiais didáticos próprios para seu desenvolvimento.            Fica evidente, portanto, que, para garantir a inclusão de crianças com distúrbios de aprendizado, é preciso reafirmar o Estado Democrático existente conforme a Carta Magna de 1988 e, consequentemente, promover uma reforma no ensino público. Dessarte, cabe a população se fazer politicamente mais ativa, participando de assembleias em sua cidade e elegendo políticos compromissados com o bem comum, cobrando-os quando preciso. Desse modo, promove-se-á, verdadeiramente, um governo democrático que estará compromissado com as causas das minorias.  Outrossim, a partir disso, a União precisa promover uma capacitação dos professores já inseridos no ensino público, oferecendo-os a preparação necessária por meio de cursos e palestras com médicos e educadores especializados a fim de suprir todas as carências levantadas pelos alunos especiais. Talvez assim, como um dia Aristóteles concebeu, pode-se-á alcançar a igualdade e o bem comum de todos os cidadãos.