Materiais:
Enviada em: 28/07/2018

De excluído a gênio  Diagnóstico tardio, pais despreocupados e professores sem especialização: esse é o cenário da inserção de crianças com distúrbio de aprendizagem na escola. Assim, apesar do artigo 6º da Carta Magna do Estado garantir educação, isso não é presenciado por muitos estudantes deficientes, o que é preocupante, haja vista que tais doenças, se tratadas, podem mostrar resultados bastante positivos. Nesse sentido, convém abordar algumas causas que conduziram o Brasil a negligenciar os alunos com dificuldades em aprender.  Em uma primeira instância, é de fundamental importância analisar os fatos históricos. Consoante dados extraídos do livro "Trajetória das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinqenta anos", em 1960, 73% da população brasileira possuía, no máximo, 3 anos de estudo, e 20 anos depois, essa porcentagem diminuiu para 45%. Foi nessa fase de aumento do tempo de estudo que iniciou as pesquisas sobre os transtornos de aprendizagem. Isso mostra que essas deficiências são mais perceptíveis nas salas de aula, o que não é bom, pois o ideal seria que a família descobrisse a doença nos primeiros anos de vida da criança, uma vez que uma detecção precoce facilita o processo de inclusão. É óbvio que os estudos, iniciados na década de 80, são recentes e ainda não há testes padronizados, todavia os pais têm de ficar atentos com cada comportamento do filho.  Além desse primeiro aspecto, vale salientar que o sistema educacional brasileiro é falho. É indubitável que crianças com dificuldades maiores na hora de aprender sofrem ainda mais com a precariedade das escolas. Por essa razão, é necessário que os professores sejam especializados para que possam entender cada dificuldade. A saber, Albert Einstein possuía dislexia, apresentando baixo rendimento escolar, no entanto, tornou-se o gênio da física. Outro exemplo, mais contemporâneo, é Steve Jobs, que tem a mesma doença, não obstante, fundou a Apple e é um dos nomes mais famosos da computação. Isso corrobora com a ideia, segundo a qual cada deficiente tem suas individualidades e a equipe escola deve estar preparada para receber.  A questão das crianças com distúrbio de aprendizagem, em suma, é emergencial. Em face disso, os psicólogos da instituição deve promover a sensibilização de toda a escola -professores, faxineiros, secretários- através de palestras sobre as doenças, a fim de que o colégio seja um ambiente de diminuição do preconceito. Ademais, os professores devem agir em parceria com psicólogos e psiquiatras, para que entendam a especificidade de cada aluno. Assim, cumprir-se-á a cláusula pétrea, conforme a qual todos os cidadãos têm direito à educação, inclusive os deficientes.