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Enviada em: 12/08/2018

"Não se pode escrever nada com a indiferença". Com tal ideia, Simone de Beauvoir deixa clara a impossibilidade de uma sociedade se desenvolver tendo que conviver com a indiferença. E, no Brasil, quando se observa as dificuldades das crianças com distúrbio de aprendizagem de se inserirem na escola, verifica-se que essa ideia se encontra ligada à realidade do país, seja pela falta de investimentos por parte do Estado, seja por fatores ligados à sociedade.       É inquestionável que o descaso do Estado com tais crianças esteja entre as causas do problema. Segundo o sociólogo positivista Émile Durkheim, o Estado é a instituição máxima que permite o bom funcionamento da sociedade como um todo, de forma que o equilíbrio seja alcançado. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a falta de investimentos para com essas crianças rompe essa harmonia, uma vez que, quando o meio educacional não dispõe de recursos financeiros ou humanos para receber educar crianças com distúrbio de aprendizagem, essas crianças acabam se sentindo incapacitadas de seguir o ritmo escolar que lhe é imposto e, com isso, veem na escola um motivo de frustração e até de repulsa.       Nesse sentido, destaca-se o fator social como impulsionador do problema. Durkheim define fato social como os instrumentos sociais e culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que, a sociedade acaba vendo essas crianças como inferiores as demais. Casos assim são prejudiciais à saúde psicológica desses indivíduos que podem, futuramente, desenvolverem severos quadros de depressão. E a família, desse modo, acaba sendo responsável por possuir um papel fundamental de apoio e proteção para tal criança.       É evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse problema. Dessa maneira, o Governo Federal deve direcionar recursos humanos e financeiros, por meio da criação de políticas públicas com o objetivo de fomentar a participação de crianças com distúrbio de aprendizagem nas escolas. Como já foi dito pelo pedagogo Paulo Freire: "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Logo, o Ministério da Educação deve promover, nas escolas, atividades e projetos como ciclos de palestras e feiras de conhecimento, de modo a abordar sobre tal problemática e as formas de como evitá-la. Dessa forma, será possível construir relações humanas positivas e formar cidadãos comprometidos com o bem-estar da sociedade como um todo.