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Enviada em: 03/09/2018

A inclusão de crianças com distúrbios de aprendizagem na escola tem gerado várias discussões atualmente. Isso ocorre porque existem dificuldades para que seja realizada essa inserção. Entre elas, pode-se elencar duas: o preconceito sofrido por essas pessoas, o que torna mais difícil sua participação escolar, aliado aos baixos investimentos voltados à educação especial, que precisa de mais adaptação.  Em primeiro lugar, é preciso abordar o preconceito sofrido por crianças com deficiências de aprendizagem. A principal causa desse absurdo é a falta de conhecimento da sociedade a respeito desses indivíduos, muitas vezes rotulados de "anormais", já que boa parte dela acredita que, na verdade, o distúrbio é falta de atenção, preguiça ou ausência de esforço escolar. Não é à toa que, entre as maiores dificuldades na alfabetização de pessoas especiais, a falta de informação ocupa o primeiro lugar, com 33%. No entanto, personalidades históricas que sofriam de um distúrbio comum, o déficit de atenção, como Einstein ou Picasso, se destacaram em suas áreas de conhecimento, mostrando que a dificuldade pode ser superada e podem ser tão capazes intelectualmente quanto os "normais".   Em segundo plano, é notório acrescentar a adaptação insatisfatória das escolas. Ora, no curso de pedagogia não existem matérias obrigatórias no tocante à educação de pessoas deficientes, sobretudo aquelas com interferências intelectuais. O resultado disso são professores incapazes de ensinar alguém que foge do comum para eles, visto que não tiveram contato prévio com tais pessoas. Dados estatísticos comprovam tal colocação. Sem considerar outras dificuldades, 20% dos desafios para ensinar crianças com déficit de atenção dizem respeito à capacitação de professores, o que indica maior exigência de investimentos voltados à área.    Portanto, medidas devem ser tomadas para reverter o problema discutido. A primeira é a relação entre sociedade e escola, em que esta deve realizar palestras e oficinas para expor àquela a diferença gritante entre preguiça e distúrbio, de modo que haja mais compreensão e respeito para com indivíduos com distúrbio intelectual. A segunda são mais investimentos dos governos na capacitação profissional, algo que deve ser feito a partir da criação de cursos especializados para professores, voltados às pessoas com deficiências de aprendizagem, de maneira que haja flexibilização da grade curricular desses profissionais e que eles estejam previamente adaptados para educar esses alunos, tendo o contato na faculdade. Assim, as escolas serão mais inclusivas, e a sociedade, mais compreensiva.