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Enviada em: 19/10/2018

A imposição de padrões rígidos de certo e errado e a busca por verdades absolutas impedem que parte da sociedade conviva com as diferenças. Essa visão etnocêntrica resulta em uma pretensa superioridade capaz de causar exclusão social, assim como no caso da segregação de crianças com distúrbios de aprendizagem nas escolas brasileiras. Essa problemática ocorre devido ao precário sistema educacional brasileiro, pautado na competitividade, como também ao posicionamento do Estado diante desse infortúnio.                     A princípio, nota-se que a educação no Brasil é conteudista, mecanizada. Essa forma de ensino, segundo o educador Paulo Freire, estimula apenas a competitividade entre os estudantes. Dessa forma, o conceito de cidadania e participação social deixa a desejar na formação educacional dos jovens brasileiros, os quais, estimulados por um ciclo de intolerância fomentado por uma cultura de marginalização social de pessoas com deficiência, acabam segregando crianças com distúrbios de aprendizagem no âmbito escolar, dificultando, nesse sentido, a inserção desse grupo de indivíduos na sociedade.           Em segundo plano, o posicionamento do Estado também cumpre papel relevante no aumento das dificuldades encontradas para inserir crianças com deficit de aprendizado nas escolas, pois, apesar de haver na Constituição Federal, de 1988, o direito à educação, não existe na maioria das escolas profissionais especializados no acompanhamento de pessoas com distúrbios acadêmicos. Destarte, muitos pais encontram resistência em inserir seus filhos nas escolas, com medo deles não acompanharem a dinâmica e, assim,  sofrer algum tipo de represália por alunos ou professores.           Fica evidente, portanto, a necessidade que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a segregação de pessoas com distúrbio de aprendizado. Para isso, o Ministério da Educação deverá, junto às escolas, desenvolver projetos educacionais, como a semana da inclusão social, com peças teatrais e estudos de casos que possam promover a conscientização dos jovens sobre a importância do respeito às diferenças, como também desenvolver debates em mídias de massa que possam quebrar paradigmas sociais relativos à segregação de pessoas com deficiência na sociedade.