Materiais:
Enviada em: 02/11/2018

“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” A declaração de Paulo Freire, educador, pedagogista e filósofo brasileiro do século XX, permite-nos refletir sobre como as dificuldades das crianças com distúrbio de aprendizagem de se inserirem na escola, representam um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Nesse sentido, pode-se evidenciar tanto o diagnóstico tardio quanto a falta de assistência que o governo oferece a essas pessoas, como agravantes dessa problemática.     Mormente, pode-se ressaltar que em um panorama geral os médicos pediatras não estão preparados para reconhecer os sinais do Transtorno de Déficit de Atenção quando surgem. Segundo o psiquiatra Paulo Mattos, um dos fundadores da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), "o diagnostico é inteiramente clínico, feito com base nos sintomas, outros profissionais, como pediatras e neurologistas especializados na doença, também podem auxiliar no processo de diagnóstico". Desta maneira, é inadmissível que os profissionais da área não se atentem a um problema de saúde tão complexo e particular e  que o Estado não proponha soluções.       Sob esse viés, a ausência de instituições especializadas para o tratamento nestes casos é assustadora, demonstrando o descaso do Estado frente a essa situação. Em vista disso, o Art. 5º da Constituição Cidadã de 1988 institui uma política de proteção as pessoas com distúrbios de aprendizado estabelecendo e garantindo que essas pessoas tenham acesso a todos os seus direitos. Todavia, infelizmente, é precário o cumprimento das diretrizes básicas presentes nos artigos dedicados aos indivíduos com TDAH, na grande maioria dos casos continuam sem o tratamento adequado e sem acesso a metade do que foi prometido pelo poder legislativo no que se refere à sua educação.                Portanto, os desafios encontrados por esses estudantes caracteriza uma ameaça concreta não apenas aos indivíduos diretamente envolvidos como a todos os cidadãos que, indiretamente, também figuram como vítimas de seu legado. Nesse sentido, o Ministério da Educação deve promover  pesquisas para se obter novos conhecimentos acerca dos distúrbios de aprendizagem, além de promover a criação de cursos em horários alternativos, como a parte da noite e os finais de semana, para os profissionais da educação se prepararem melhor para o atendimento dessas crianças por meio da utilização dos laboratórios das universidades, bem como, os espaços das escolas públicas para a realização de tais atividades, respectivamente. Espera-se, com isso, diminuir os efeitos que essas patologias possam causar nas crianças e adolescentes em idade escolar.