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Enviada em: 19/03/2019

Em uma de suas palestras, proferida em Brasília, o educador português José Pacheco foi perguntado sobre a questão da integração de crianças portadoras de deficiências. Prontamente, ele respondeu que, de formas diferentes, todas as pessoas são deficientes. Nessa toada, é imperativo construir mecanismos para a plena integração de todas as pessoas que quiserem conviver e aprender no ambiente escolar. Mais do que isso, é necessário empenho para que os discentes adquiram, com as suas especificidades indivíduais, competências para que vivam melhor.       Entretanto, a sociedade não está pronta para esses desafios. Provavelmente nunca estará. Eles se situam mais no campo do dever ser do que do ser, pois trata-se de uma missão que se renova a cada dia: Manter a escola aberta para atender à quem chegar; Manter as mentes abertas para aprender com quem chegar.        A escola é uma construção social e, como tal, tem que se adequar diuturnamente às contingências que se apresentam. Isso exige desprendimento e criatividade. Por isso, o educador deve estar sempre pronto para aprender. Da mesma forma o ambiente escolar tem que ser suscetível às pequenas intervenções que podem viabilizar a frequência daqueles alunos que, por quaisquer motivos, se afastam dos padrões.       Apesar de os professores serem a ponta de lança da sociedade na promoção da educação, essa é uma missão de todos. A fim de garantir melhores resultados educacionais e, especialmente, melhores índices de integração das crianças com distúrbios de aprendizagem é necessário criar as condições para que escolas criadas para atender bem à média se adaptem ao específico. Isso demanda a valorização salarial dos educadores. Além disso é preciso dar aos diretores das escolas recursos financeiros de uso discricionário, para que pequenas obras possam ser feitas. Em suma: a sociedade deve prover os professores e diretores com as condições materiais para que eles acolham todos os alunos.