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Enviada em: 04/05/2019

Escola para o mundo  Em uma "sociedade de desempenho", como o definido pelo filósofo Byung-Chul Han para descrever a intensa cobrança por bons desempenhos na sociedade, não há espaço para os que não se adequam a esse sistema. Nesse contexto, as crianças com transtornos de aprendizagem enfrentam grandes problemas ao serem inseridas no ambiente escolar, pois muitas vezes não são compreendidas e, por isso, confundidas como crianças desinteressadas, que não apresentam os resultados ideais.  Diante disso, salienta-se a importância que deve ser dada ao processo de aprendizagem individual. Como reflexo de uma sociedade carregada de tarefas e agitada  para cumpri-las, os níveis de aprendizado são cobrados de modo a fazer com que as crianças se adequem a um sistema de educação generalizado, a educação em massa. Esse sistema não admite bem aqueles que a ele não se adequam, como é o caso das crianças com transtornos de aprendizagem, que precisam de uma assistência  e compreensão maior quanto ao tempo necessário para se obter êxito nas tarefas educacionais. Exemplo disso são as crianças com déficit de atenção, que muitas vezes são taxadas como desinteressadas antes do diagnóstico, que, muitas vezes, não acontece.  De fato, o ambiente escolar, por seu método de ensino, representa por si só um problema àqueles não adaptados para as atividades oferecidas nele, mas há também outro fator importante a ser levado em consideração: a inclusão. É comum a prática do "bullying" nesses ambientes, e os principais alvos são as crianças com alguma diferença, o que introduz outra preocupação a ser levada em conta quando se trata da inserção dos que têm algum distúrbio de aprendizado. Tal prática pode não só afetar o aprendizado, como também pode desmotivar os que não se sentem inclusos em uma comunidade considerada "normal". No Brasil, a inclusão, por exemplo, é impulsionada pelo advento de leis, tal como a lei de inclusão de pessoas com espectro autista, as quais ganham eficiência quando a comunidade em sua generalização pratica a inclusão, abolindo os atos discriminatórios.  As pessoas com transtornos de aprendizado, devem, portanto, receber devida assistência nas escolas, de modo que a inclusão seja estimulada em detrimento do isolamento. Assim, o funcionamento fisiológico não deve ser fator limitante para o aprendizado, atentando para a eficiência da inclusão das relações sociais sem que o desempenho seja o objetivo principal do aprendizado, mas sim o real objeto da educação: o conhecimento. Desse modo, não só é possível o aprendizado, como também o é as relações humanas, tanto no ambiente escolar quanto no mundo.