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Enviada em: 13/06/2019

No livro "Extraordinário" o protagonista da história é um garotinho que nasceu com deformidades faciais, motivo das dificuldades de interação social que enfrenta no decorrer da história. O autor da obra explora os conflitos do início da vida escolar de Auggie, personagem principal, mostrando aos leitores o quanto pode ser dura esta fase. As dificuldades de inclusão escolar se acentuam para crianças que apresentam transtorno de aprendizagem, uma vez que, a sociedade não se encontra apta para receber esse público de infantes.        Com o passar dos anos, a diversidade de perfis que a escola recebe está aumento em detrimento de um passado hostil, no qual os obstáculos individuais eram ignorados e reprimidos. Entretanto, as instituições escolares ainda não se encontram capazes de dar o respaldo necessário as crianças que portam distúrbios de aprendizagem. Visto a falta de instrução, o diagnóstico é tardio, corroborando para o desanimo do aluno, sentimento de incapacidade, inferiorização entre os colegas e na falta de compreensão dos pais. A carência de apoio fraterno é a base dos problemas, sendo a família a motivação e inspiração das crianças.       Concomitantemente à isso, o preconceito social entra em cena. O bullying, vindo por vezes dos colegas de classe, se apresenta como reflexo da falta de discussão e conscientização sobre o assunto e da gravidade do ato e suas consequências. Contudo, é preciso admitir a falta de acolhimento multidisciplinar desses alunos, que em uma sociedade pautada na exclusão e julgamento, não encontram o suporte necessário para prolongar suas vidas acadêmicas, uma vez que suas habilidades interdisciplinares não são valorizadas, como resultado deixam a escola prematuramente e ficam a mercê do mercado de trabalho.       Longe de propor uma realidade utópica, como a descrita no livro "A Utopia" de Thomas More, torna-se evidente a necessidade de medidas que mitiguem o despreparo da sociedade em receber as crianças portadoras de transtornos de aprendizagem. É imprescindível que a detecção precoce seja alcançada juntamente com a formação de profissionais especializados, é papel do Ministério da Educação se preocupar em efetivar essas ações a fim de atenuar os transtornos emocionais e escolares na infância. Simultaneamente, é dever da mídia e das instituições escolares, por meio de palestras  e debates, tornarem o assunto de consenso geral, com o objetivo de atenuar o preconceito. Desse modo, diferente da experiência escolar de Auggie, personagem do livro Extraordinário, infantes com dificuldades de aprendizagem terão uma inclusão escolar receptiva e prazerosa.