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Enviada em: 17/06/2019

A Declaração dos Direitos Humanos é enfática em delinear a educação como um direito humano básico, intrínseco no contexto social. Nesse sentido, o ensino perpassa de uma ótica de acesso e precisa centralizar o conceito de autoaprendizagem. Todavia, um dos problemas do século XXI reside no processo de inclusão das crianças com dificuldade de aprendizagem nas escolas que ocorre de forma insuficiente e sem respeitar a individualidade. Evidentemente, esse problema é de natureza multifacetada, no qual a escola e o governo são agentes excludentes e ao mesmo tempo de intervenção.         Primeiramente, é preciso analisar que o problema reside nos mecanismos de ensino-aprendizagem falhos das escolas e de seus educadores. Isso porque, o tratamento coletivo, desrespeitando a individualidade de crianças com distúrbios de aprendizagem e as metodologias de ensino que não consideram as limitações, alimentam o problema e segregam ainda mais esse público. Assim, fica evidente que o pensamento de Paulo Freire em que diz: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, não faz parte das tendências educacionais atuais, impedindo, dessa forma o direito à educação previsto nas leis.       Outrossim, é sabido que as condições sociais precarizadas, negligenciadas pelo governo também reforçam o problema. Dito isso, famílias e comunidades assoladas pela pobreza, sem nenhuma instrução educacional não conseguem participar do processo, por falhas no seu próprio cenário social fragilizado. Assim, o processo de ensino-aprendizagem que precisa ser continuado em família e na sociedade não é realizado, prejudicando e atrasando seu desenvolvimento.        Logo, ações para garantir a inclusão e inserção de crianças com distúrbios de aprendizagem são necessárias. No eixo educacional, cabe a comunidade escolar, trabalhar metodologias de ensino diferenciadas, considerando as limitações de cada um, garantindo seu desenvolvimento. Ainda, compete a escola, promover atividades integrativas entre os alunos com distúrbios de aprendizagem e aqueles sem, evitando dessa forma frustações e desinteresse. Ademais, é dever do estado, por meio de programas sociais e projetos, promover um melhoramento das condições sociais das famílias e sociedade, a fim de continuar o processo de ensino-aprendizagem iniciado nas escolas.