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Enviada em: 24/06/2018

No livro "Diário de Anne Frank" é retratado a história de uma família que foge da Alemanha devido às perseguições antissemitas durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, casos como esses são cada vez mais comuns motivados por conflitos raciais, étnicos, políticos ou religiosos e, com isso, aumentaram-se os fluxos de refugiados em busca de melhores condições de vida, os dados são alarmantes: em 2015, esse número ultrapassou 60 milhões, segundo a ONU. Dessa forma, faz-se necessária a discussão das dificuldades do acolhimento de refugiados.       Primordialmente, é pertinente considerar que a xenofobia é o obstáculo preponderante. Nesse ínterim, seguindo o ideário marxiano, no qual a economia determina a sociedade, aliado a concepções do desemprego estrutural, é evidente que crescimento da população gera maior competitividade e, consequentemente, segregação e subjugação dos acolhidos. Isso é manifestado nas suas péssimas condições de trabalho, não recebendo direitos básicos como carteira assinada e ferindo sua isonomia. Ademais, o fator cultural também é responsável por esse panorama e, associando-se errôneas visões etnocêntricas a determinismos, é perceptível que preconceitos estão arraigados na mentalidade dos indivíduos, a exemplo da aversão aos refugiados islâmicos.           Sob outro ângulo, é possível ainda avaliar a situação na esfera política ao analisar, conforme os princípios do filósofo John Locke, a omissão do poder público. Nesse sentido, o homem nasce com direitos inalienáveis, como igualdade e vida, tendo o Estado dever de protegê-los. No entanto, embora haja dispositivos legais, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que garantam assistência aos refugiados, seus direitos naturais não foram efetivados. Excesso de burocracia, processos não resolvidos, falta de infraestrutura para abrigá-los e casos impunes de xenofobia marcam a carência de políticas.            Portanto, medidas são imprescindíveis para resolver essa conjuntura. Por isso, cabe a ONU realizar uma parceria com os governos e o setor privado para incluir o imigrante, agilizando o processo de acolhimento, devendo gerar empregos, diminuindo a competitividade e construir mais abrigos com acesso à educação, alimentação e água potável. Além disso, cabe a Interpol e as polícias fiscalizar a entrada de imigrantes ilegais, bem como os casos de xenofobia, punindo com prisões exemplares e multas àqueles que cometerem maus tratos contra os refugiados, visando erradicar a impunidade. Outrossim, as escolas, em associação com as mídias, precisam realizar projetos, debates e campanhas que mostrem a importância de respeitar os acolhidos e denunciar atos de violência contra eles.