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Enviada em: 09/07/2018

Os Refugiados no Brasil: Um Desafio Ético e Político    A partir da análise do livro "Eu vim de Allepo", é possível observar o depoimento do autor frente a degradante condição dos refugiados, no mundo, com o Brasil lamentavelmente incluído nesse cenário de preconceito e descaso social. Procedendo a isso, a dificuldade em se acolher o refugiado no país deve-se à uma parcela da sociedade civil xenofóbica e, inegavelmente, a uma parte inoperante do poder público, sendo um empecilho para resolução do problema.             De início, há de se mencionar que a xenofobia social perante o refugiado configura-se como vetor da marginalização e a consequente ampliação de mazelas sociais. Nessa óptica, remetendo-se à teoria da Liquidez pós-moderna Bauminiana, a predominância do individualismo para com o outro acarreta em uma série de lastimáveis consequências, a exemplo da infeliz situação dos refugiados em Roraima. Por conseguinte, nota-se, por grande parte da sociedade civil brasileira, a quebra dos princípios empáticos, o que leva ao aumento dos índices de criminalidade, do desemprego e vulnerabilidade dos afetados.                   Ademais, vale ressaltar que, na Convenção de Genebra de 1951, foi garantido os direitos universais aos refugiados, como o direito de não serem expulsos enquanto correm riscos de vida. No entanto, apesar dos avanços nas políticas públicas, como a inserção de 400 refugiados no Bolsa Família, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, é evidente que isso não abrange a todos, descumprindo os deveres estabelecidos na Convenção. À vista disso, evidencia-se a partir de tal contexto a clara insuficiência estatal, visto que, os refugiados têm seus direitos negados, limitando as perspectivas de uma vida digna.        Pode-se perceber, portanto, que os obstáculos de acolher os refugiados no Brasil precisão ser reajustados para inserção desses indivíduos no meio social. Por esse motivo, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas, incluir a disciplina de ética e cidadania no currículo escolar dos ensinos infantil, fundamental e médio. Essas aulas com o intuito de desconstruir o individualismo já enraizado na sociedade pós-moderna, deverão disseminar o hábito da empatia perante o refugiado e aqueles em situação de risco. Além disso, o Poder legislativo deve votar para a criação de uma emenda para o aumento de verbas destinadas a projetos de inserção dos refugiados, como o Bolsa Família, oferecendo uma vida digna a eles. Consequentemente, o Brasil poderá alcançar os objetivos propostos na Convenção de Genebra e a questão dos refugiados deixará de ser uma problemática na nação.