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Enviada em: 20/07/2018

Um mundo diferente                                                                        "Vou-me embora para Pasárgada. Aqui eu não sou feliz". Sob a perspectiva do escritor  modernista Manoel Bandeira a fuga para um lugar tranquilo e sem sofrimento é algo necessário, mas utópico. Semelhante a isso, observa-se as aspirações dos refugiados pelo mundo - paz, liberdade e oportunidade. Todavia, há diversos desafios que ainda precisam ser vencidos, tanto pelo país receptor quanto pelos indivíduos recém chegados. Assim, a língua falada e a inserção no mercado de trabalho são problemas que precisam ser solucionados.      Em primeira análise, a ideia de falar uma outra língua pode ser mais difícil do que se imagina. Isso porque existe o preconceito linguístico, fato arcaico,  que faz com que poucos países se interessem em ensinar ou aprender outros idiomas. E na falta de informações concretas pensamentos errôneos como: "pessoas sem instrução falam tudo errado" e "o português é muito difícil" se disseminam, inibindo os refugiados de aprender, tornando-os pessoas culturalmente inferior, uma vez que, não dominam a fala local.  Em razão disso, a recepção dos emigrados acontece de maneira contrária, gerando medo de socialização, desemprego, bullying, distúrbios psicológicos e outros males, que ferem os Direitos Humanos que defende copiosamente que "todos nascem livres e iguais em dignidade e direito".       Além do mais ressalta-se, a inserção do asilado no mercado de trabalho no país de abrigo, como uma necessidade vital para recomeçar e adquirir qualidade de vida. Isso pode ser explicado pelo filósofo Karl Max quando declara "o ser humano não vive em função do trabalho, mas é através dele que produz os meios para manter-se vivo", isto é, só haverá uma inclusão completa do indivíduo ao novo país, no momento que ele começa a trabalhar e a viver disso. Não obstante, a complexidade para empregar-se é o grande obstáculo do refugiado atualmente, uma vez que, ele irá competir com pessoas nascidas no próprio país, situação que o coloca em desvantagem, pois a ideia de empregar um estrangeiro ao nativo preocupa e desestabiliza os governos.   Diante do exposto, cabe às empresas públicas e privadas criarem um sistema de cotas para refugiados, dando 3% das vagas ofertadas a eles, com o objetivo de simplificar e garantir novas oportunidades. Também é importante, que as escolas formem turmas especias para a alfabetização de crianças e adultos; manhã e noite, respectivamente. Com o intuito de agregar e igualar cidadãos. Por fim, é essencial que o Governo faça campanhas contra a xenofobia, por intermédio da publicidade, veiculando especificamente na televisão e na internet, vídeos rápidos de 30 segundos com a frase "somos todos iguais", para que aproximemo-nos do paraíso de Manoel Bandeira.