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Enviada em: 14/08/2018

O acolhimento de refugiados representa um desafio para uma sociedade xenofóbica do mundo contemporâneo. Além de serem forçados a sair do território de origem para fugir de guerras, violência e perseguições, os obstáculos não acabam ao chegar no país anfitrião. Seja pela complexidade na regularização dos documentos, seja pelos desafios na inclusão social, a resolução dessa problemática é dificultada, o que configura um grave problema social.        Em primeiro lugar, a grande burocracia dos países faz com que os refugiados tenham complicações para regulamentar os seus documentos. Ao chegar no destino, os exilados demoram a ser reconhecidos pelo Poder Público e ficam dependentes da ajuda humanitária. Apesar de ser dever dos países anfitriões garantir um padrão mínimo de tratamento e não discriminação, os refugiados são vítimas de tratamentos inadequados, como as ações de contrabandistas que aproveitam a falta de auxílio do governo com os exilados e falsificam os documentos. No Brasil, o Centro de Acolhida a Refugiados (Caritas) é um braço social da igreja católica que tenta ajudar os refugiados nos primeiros passos para conseguir regularizar os documentos. Todavia, mesmo em parceria com a ONU (Organização das Nações Unidas), ele não é um órgão oficial do Governo Brasileiro e também sofre dificuldades com a burocracia governamental.        Em segundo lugar, o atual cenário mundial é marcado pela negação da presença dos refugiados, o que configura grande dificuldade na sua inclusão social. Além de serem obrigados a reconstruir suas vidas em face da xenofobia e do racismo, um dos grandes motivos da complexidade de se integrar socialmente é o não conhecimento da língua do país anfitrião. Assim, os exilados sentem dificuldade em retomar os estudos e em entrar no mercado de trabalho. Segundo o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), o Brasil é o principal destino de sírios na América Latina devido à simplificação do processo do visto. Entretanto, muitos refugiados não são acolhidos e integrados por não falar a língua portuguesa mesmo com a ajuda da CELIM (Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR) que oferece alguns horários de aula para os exilados.        A fim de reverter a problemática que envolve a dificuldade no acolhimento dos refugiados, são necessárias algumas ações. Cabe ao Poder Público implementar aulas do idioma do país anfitrião, com eficiência e com amplitude, por intermédio das escolas públicas, pois são promotoras do respeito por todas as culturas. Além disso, é preciso minimizar a burocracia para regularização dos documentos, através da efetivação de órgãos oficiais do Governo, como o Caritas no Brasil. Assim, será possível receber, acolher e integrar de maneira ativa os refugiados.