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Enviada em: 14/08/2018

Os movimentos migratórios fazem parte da história da humanidade, isso é demonstrado ao longo do processo de formação da sociedade, como as Grandes Navegações e a consolidação da nação brasileira. No entanto, aquele que migra motivado por conflitos e perseguições é denominado de refugiado, este, ao buscar asilo em outros países, tem encontrado obstáculos como a crescente rejeição dos povos vizinhos. Dessa maneira, o ufanismo tem-se fortificado, dando origem à xenofobia, não somente pela negligência estatal, como também pela mentalidade social.    É incontestável que a atuação do Estado esteja entre as causas da dificuldade de acolhimento dos refugiados no Brasil. A ausência de políticas públicas voltadas à inclusão dessas pessoas, acarreta um grande choque cultural, sem uma efetiva fiscalização, logística de destino, somado à carência estrutural dos municípios, nota-se o surgimento de problemas como o alto índice de desemprego. Desse modo, sem conseguir integrar-se, esses refugiados ficam marginalizados nas periferias. Nesse sentido, nota-se que tal segregação é sem dúvida a expressão da intolerância, e tem associado a ela um outro agente causador: a população.     Segundo Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos deveriam ser tratados não como coisas que possuem valores, mas como pessoas que têm dignidade. Nesse sentido, é válido analisar que a sociedade brasileira tem ido de encontro ao postulado filosófico, ao enxergar no refugiado apenas um concorrente no mercado de trabalho, consolidando, desse modo,  um pensamento xenofóbico. Em conformidade com Kant, é necessário proporcionar dignidade à essas pessoas, por meio de uma receptividade social, e de braços abertos, fazer jus ao maior monumento da pátria verde-amarela.     De modo a garantir a dignidade dos refugiados no Brasil, o Governo Federal deve criar programas de auxílio ao imigrante, com verbas previstas no orçamento federal sendo devidamente repassadas aos municípios com maiores índices de pedidos de refúgio. Somado à isso, nos municípios esse programa seria composto por uma equipe multidisciplinar, com médicos, assistentes sociais e advogados, para assegurar não somente o asilo, bem como a manutenção da qualidade de vida de toda a sociedade.