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Enviada em: 26/08/2018

Guerras. Perseguições religiosas. Conflitos étnicos são, entre muitas, algumas heranças do imperialismo europeu no continente Africano e Asiático. Desse modo, surge hoje, advindo dessas intervenções, um contingente migracional específico: os refugiados. No entanto, apesar de causarem problemas estruturais nesses continentes, os países centrais do capitalismo, a julgar pelo panorama atual, devem estar de olhos fechados às causas daqueles que buscam assegurar seus direitos mais inalienáveis.        Em primeiro plano, cabe analisar a indiferença do ocidente frente aos emigrantes. De acordo com Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a violência institucional constitui-se na banalização do sofrimento de determinado grupo. Esse processo advém, por meio das excessivas repetições de notícias e imagens trágicas - retratadas com superficialidade -, do anestesiamento da violência exposta. Dessa forma, transformam, aos telespectadores, o anormal - guerras, mortes e cerceamentos de liberdade - em corriqueiro, sem importância. Contudo, as pessoas subordinadas a essas perseguições precisam, muitas vezes, migrar para sobreviver.        Outrossim, à medida que se cresce o número de refugiados na Europa, aumenta-se a aversão e ações que reprime-os. De fato, a ascensão de políticos de extrema direita e o surgimento de grupos nazifascistas, por exemplo, refletem, infelizmente, o medo e o ódio aos imigrantes. Nesse sentido, denota-se a crença em estigmas e pseudoverdades disseminadas sobre os refugiados, as quais caracteriza-os como terroristas e catalizadores do desemprego conjuntural. Fica claro, a partir disso, que construções de muros e políticas internacionais que dificultam a entrada de estrangeiros de países específicos são apenas o reflexo de vários fatores que inibem o exercício digno da existência humana.       Torna-se evidente, portanto, que, para garantir aos refugiados seus direitos naturais, é preciso transformar o cobrimento de notícias, a mentalidade retrógrada da população e alterar as estruturas protecionistas de governos pouco receptivos. Dessarte, cabe os Estados fiscalizarem a mídia, por meio de restrições e propostas de abordagens relacionado ao tema, a fim de que se concretize um jornalismo e difusões de informações críticas e engajadas, que estimulem o interlocutor a reflexão dos conflitos e a empatia com os refugiados. Ademais, faz-se necessário uma mudança no atual posicionamento dos governos em relação aos imigrantes, nesse quesito, a ONU pode auxiliar em uma maior aceitação nos países europeus e assegurar a inserção sócio-econômica dessas pessoas. Talvez assim, embora não alcançado o ideal da paz mundial, os afetados pelos confrontos poderão receber o apoio e solidariedade do resto do mundo.