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Enviada em: 03/10/2018

As dificuldades do acolhimento de refugiados constituem um problema de primeira grandeza. Refletir sobre esse tema é reconhecê-lo como fenômeno comprometedor da dignidade humana e, portanto, merecedor de ações de combate. Diante disso, torna-se passível de discussão, hoje, os entraves socioculturais e econômicos enquanto fatores agravantes desse cenário.        Em primeira instância, é incontrovertível que o choque com o diferente tende a ganhar contornos pejorativos em uma sociedade dotada de heranças positivistas. Ocorre que o padrão europeu de vestir e se portar é intrínseco à conjuntura brasileira, pois remonta a colonização ostensiva e os ideais de eugenia que aqui foram praticados. Assim, os resquícios desse legado nefasto manifestam-se, nos dias atuais, na relativização cultural e consequente intolerância às diferenças no tangente aos refugiados.        Igualmente, destaca-se que, não raro, a população costuma atrelar os fluxos de refugiados ao prejuízo financeiro da nação. Isso porque, o comportamento contemporâneo, o qual salienta o individualismo e a competição, gera uma noção deturpada de que tais imigrantes ocuparão postos de empregos dos brasileiros, por exemplo. Tal constatação equivocada, porém, pode ser refutada pelo artigo 6° da Constituição Federal, que garante o direito ao trabalho, sendo a promoção desse da competência do Estado.        Em virtude do supracitado, é latente que preconceitos sejam quebrados e a equidade entre em vigor. Para tal, cabe ao Ministério da Educação formar cidadãos tolerantes, por intermédio da ênfase, na ementa curricular de sociologia, no estudo das diferentes culturas, para que a ignorância deixe de ser um empecilho à integração dos povos. Ademais, os civis devem protestar por seus direitos sociais de emprego e remuneração digna, por meio da organização de manifestações e passeatas, com o fito de comportar todo o corpo brasileiro e refugiado na partilha da riqueza nacional. Destarte, o amparo a essa fatia populacional será efetivado na  pátria.