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Enviada em: 04/10/2018

Durante toda a história humana, houve constantes movimentos migratórios voluntários e forçados entre diversas regiões, países e continentes. Em relação a esse fato, um dos casos mais emblemáticos foi a formação da nação grega da Antiguidade, que se constituiu por aqueus e mecênicos - povos que invadiram o território até então conhecido como "Ilha de Creta" e se instalaram ali. Apesar de ser frequente, a migração de povos pode se dar devido à fatores negativos, como fuga de conflitos internos, crise ou perseguição política, o que se tornou assustadoramente corriqueiro nos últimos anos e cuja solução se mostra urgente.     Hodiernamente, segundo dados da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados), o número de pessoas forçadas a se deslocar do seu local de origem atingiu 65 milhões, maior índice desde a Segunda Guerra Mundial. Isso se deve a diversos fatores, como a Guerra na Síria, o extremismo islâmico no Afeganistão, conflitos internos na Eritreia e na Somália e crises econômicas, como na Venezuela. No entanto, grande parte dos imigrantes não consegue asilo político nos países vizinhos, devido, principalmente, à onda nacionalista que se instalou em muitas nações como retaliação à chegada de estrangeiros.      Além da dificuldade para atravessar as fronteiras, os refugiados, muitas vezes, vivem em condições precárias nos abrigos improvisados pelos governos locais, situação que fere explicitamente os direitos humanos. Ademais, há ainda a ocorrência de diversos episódios de violência, xenofobia e intolerância por parte dos habitantes nacionais, algo extremamente retrógrado, pois como afirmou o filósofo iluminista Voltaire, "os preconceitos são a razão dos tolos".     É preciso, portanto, que sejam tomadas medidas com o fito de atenuar o problema destacado. Inicialmente, é imprescindível que a ONU, por meio da Acnur, crie programas de cooperação entre os países, de modo que aqueles onde não há fluxo migratório possam conceder auxílio financeiro às nações que recebem refugiados, de forma a possibilitar a construção de moradias e garantia dos direitos básicos desses cidadãos. Além disso, é fundamental que as organizações do terceiro setor, em parceria com a mídia, criem propagandas e campanhas de valorização da diversidade e respeito aos imigrantes, de forma a garantir a dignidade e integridade de todos.