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Enviada em: 27/10/2018

A crise de refugiados no século XXI tomou proporções globais. Por exemplo, na Hungria, o primeiro ministro se pronunciou a favor da construção de um muro que delimite as fronteiras da região, para que evite a chegada de estrangeiros, principalmente os que sofrem fugindo da Guerra da Síria desde 2011. Paralelamente, o Brasil acolhe imigrantes a muitos anos, como é o caso dos haitianos e venezuelanos. Entretanto, a falta de preparo e infraestrutura para acomodar tantos novos habitantes, criam uma sensação de desespero na população local, aumentando os casos de violência e xenofobia.                   A princípio, o Brasil não fez objeções a chegada dos venezuelanos durante os anos de 2016 e 2017, nem estipulou limites ao atendimento dos refugiados. Contudo, a fronteira com o estado de Roraima tornou-se um lugar propício para a travessia ilegal, que obteve um crescimento exacerbado. Devido isso, serviços básicos como moradia, saúde, educação, segurança e até disputa por vagas no mercado de trabalho, passaram a ser divididos, mas não ampliados ou adaptados para comportar a população de maneira geral. A exemplo disso, no norte do país, muitas vacinas de febre amarela foram fracionadas para serem aplicadas na maior parte das cidades.             Vale ressaltar também, que sem os direitos básicos garantidos, os refugiados acabam por depender de casas de apoio já lotadas ou permanecem ilegalmente ao relento. Diante disso, eles se tornam mais suscetíveis a sofrer casos de xenofobia pela população, que se sente ameaçada ao ter que compartilhar dos poucos recursos disponibilizados. Logo, os imigrantes não se tornam co-criadores do país que ocupam -como cita a ONU-, mas são tratados de maneira ultrajante pelos próprios cidadãos. Após a prefeita de Roraima declarar estado de calamidade, atos como linchamento, queima de corpos que dormiam na rua, ameaças aos venezuelanos aumentaram exponencialmente em todo o Norte.                   Urge, portanto, medidas que garantam a organização da vida dos refugiados no Brasil. Com isso, cabe ao governo investir e disponibilizar maiores verbas, através da parceria com empresas privadas, para casas de acolhimento, especialmente voltadas para os imigrantes ilegais que passam por perseguições e prezem os direitos humanos e internacionais. Para que assim, eles permaneçam assegurados e possam, condicionalmente, retornar ao seu país de origem. Outro ponto relevante é que a mídia deve propor campanhas publicitárias que amenizem a sensação de competição local e exponha a realidade passada pelos migrantes forçados.