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Enviada em: 01/11/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, oficializada em 1948 com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), afirma inúmeras vezes a dignidade do valor do ser humano. Todavia, o sentimento de  aversão e a manutenção das desigualdades sociais impedem que os refugiados usufruam desse direito na prática. Com efeito, é incoerente que os grandes países, aptos para fornecer ajuda, sejam indiferente à problemática.       Em primeiro plano, a objeção ao acolhimento dos refugiados evidencia a ineficácia desses direitos. A esse respeito, Hannah Arendt, filósofa alemã, desenvolveu a tese "Banalidade do Mal", expondo a capacidade do indivíduo de praticar o mal, seja físico ou moral, sem convicções ou razões sólidas, mas pelo recebimento de ordens e influência do contexto histórico. Ocorre que, a sociedade, na contemporaneidade, pratica deste mal na media que, com a chegada de refugiados buscando asilo em seu território, moradores locais protestam contra a ocupação dessas pessoas, temendo o aumento da violência e o "roubo" dos empregos por esses exilados. Ademais, a construção do sentimento discriminatório pelo Estado se projeta na construção de muros nas fronteiras.     De outra parte, a globalização impulsiona as desigualdades sociais em relação aos menos  favorecidos. "Crianças iraquianas fugidas da guerra não obtém visto do consulado americano no Egito para entrarem na Disneylândia", o trecho da música do grupo Titãs evidencia a seletividade das pessoas que transitam no mundo, conforme suas origens étnicas e sociais, mantendo a desigualdade e os privilégios à minoria. Além disso, a fome generalizada, perda de renda e ausência de medicamentos causam desequilíbrio humanitário, comum, hoje, à população venezuelana, que busca refúgio nos países vizinhos.         Urge, portanto, o grande obstáculo social, sendo necessário ações que visem assegurar os direitos humanos na prática. Nesse sentido, cabe aos países do Grupo dos sete (G7), com as maiores economias do mundo, tomarem à frente a problemática, apoiados pela ONU, através de grandes  doações ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, organização voluntária com atendimento primário à saúde, alimentação e proteção da violência para esses refugiados, de modo que os direitos básicos sejam assegurados. Os Estados devem fomentar, pelas mídias televisivas, propagandas de combate ao xenofobismo, estimulando o acolhimento e a efetivação dos Direitos Humanos.