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Enviada em: 01/06/2019

Lançado recentemente, o filme "Capitã Marvel" apresenta a realidade de um grupo de alienígenas transmorfos (Skrulls) que foge de uma guerra entre a raça Kree. Dessa forma, esses indivíduos passam a viver como refugiados à procura de um novo lar. Fora das telas, a realidade da raça Skrull levanta a discussão de uma problemática semelhante a respeito da dificuldade no acolhimento de refugiados no Brasil, visto que, parte da sociedade local demonstra-se intolerante diante do tema, além da falta de oportunidade no mercado de trabalho para os estrangeiros.     Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em 2017, existiam cerca de 10 mil refugiados no Brasil, vindos de diversas partes do globo. Essas pessoas são forçadas a sair de seu país de origem por conta de conflitos armados e perseguições políticas, e são obrigados a solicitar asilo em outros países. No entanto, ao chegarem na nova nação, os problemas estão longe de acabar, em virtude do preconceito que está vinculado à crença de que os refugiados não são legitimamente reconhecidos como cidadãos dotados de direitos, ou à ideia de que esses novos habitantes irão saturar ainda mais os sistemas de saúde e educação, já fragilizados.     Ademais, toda essa aversão e não reconhecimento enfrentado pelos refugiados, por diversas vezes, inviabiliza a inserção dos mesmos no mercado de trabalho. Diante disso, por mais que a economia brasileira esteja passando por momentos difíceis é importante que essas pessoas sintam-se inseridas em sociedade e aptos a exercer suas profissões. Segundo dados disponibilizados pela ONU, 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, mas poucos conseguem validar o diploma. Analisando tais informações, é notório que a maior barreira a ser vencida não é a falta de qualificação, mas sim o não reconhecimento.     É evidente, portanto, que os refugiados enfrentam inúmeros problemas que podem ser mitigados com o auxílio de toda a sociedade brasileira. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação (MEC) incentivar as escolas públicas e privadas a trabalharem o tema no ambiente institucional, por meio de palestras e vídeos educacionais, visando atingir pais e alunos, para que sejam educados corretamente sobre os direitos que os asilados possuem. Além disso, o mesmo Ministério deve criar medidas e projetos para viabilizar e acelerar o reconhecimento dos diplomas desses estrangeiros, para que, finalmente, possam disputar vagas de serviço em suas respectivas áreas.