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Enviada em: 26/04/2017

A globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição primitiva do cada um por si e, como se voltássemos a ser animais da selva, reduz as noções de moralidade pública e particular a um quase nada. A frase dita por Milton Santos, geógrafo brasileiro, se encaixa claramente na situação dos refugiados ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que países desenvolvidos pregam o estreitamento das relações entre si para benefício mútuo, eles não se comprometem a ajudar essas pessoas, que sofrem diariamente com a violência e com a xenofobia em outras nações.      Ao se depararem com milhares de refugiados oriundos, principalmente, do Oriente Médio, região de frequentes conflitos armados, diversos países europeus se demonstraram preocupados com a situação e recorreram à ONU. Isso porque, embora sejam regiões de primeiro mundo, eles alegam que não podem acolher esses povos, já que eles ocuparão vagas de empregos, escolas e hospitais destinadas aos europeus, ou seja, esquecem o lado humanitário e se prendem prioritariamente aos gastos financeiros. Além disso, os países que recebem esses refugiados querem evitar um possível processo de aculturação da população, visto que quando duas ou mais etnias entram em convivência pode ser que uma cultura se sobressaia à outra e prevaleça.    Também é importante ressaltar que a xenofobia, aversão às pessoas provindas de outras nacionalidades e grupos étnicos, é outro elemento que dificulta o abrigamento dos refugiados. Esses indivíduos, quando vão para outros países, levam consigo práticas, costumes, valores e éticas diferentes das pessoas daquele novo local e dessa forma, nem sempre são bem recebidos, principalmente, ao se levar em consideração a religião, que geralmente é estigmatizada, como é o caso dos muçulmanos, geralmente, associados ao terrorismo. Assim, essas atitudes preconceituosas geram o não acolhimento desses povos, o que vai de encontro à Declaração Universais dos Direitos Humanos.    É evidente, portanto, a necessidade de medidas que solucionem o impasse. Cabe à ONU criar acordos entre os países desenvolvidos e instituir a obrigatoriedade do recebimento da população refugiada, por meio de tratados e de auxílios financeiros do FMI e de outras nações, mas, principalmente, deve-se resgatar o caráter humanitário que a globalização deve promover. Ademais, cabe aos meios midiáticos e aos governos de cada pátria, por sua vez, a disseminação de campanhas publicitárias que incitem o altruísmo, a alteridade e a empatia com os refugiados de um modo geral, visto que eles não possuem outra escolha a não ser deixar seus países, que estão em estado caótico, e procurar outro território a fim de reconstruir a vida e deixar os traumas vividos para trás.