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Enviada em: 07/10/2017

O número crescente de refugiados adentrando o Brasil na última década é um fenômeno que merece das autoridades e dos nativos uma visão mais humanizada. Embora já exista uma legislação migratória em vigor, fazem se necessárias também ações de integração desses imigrantes à sociedade brasileira. Somente dessa forma será possível oferecer condições de vida diferentes daquelas que os obrigaram a abandonar suas próprias nações.       "O Brasil não tem povo, tem público". Esta frase foi o manifesto de Lima Barreto contra a população brasileira que, sem participação, assistiu bestificada à proclamação da república em 1889. Diante do fato histórico, é inegável que tal afirmação ainda represente a personalidade cidadã deste país, sobretudo, no que diz respeito à negligência dada ao cenário de miserabilidade e discriminação pelo qual é exposto o contingente de refugiados que aqui desembarcam. Nesse contexto, o engajamento social com a causa é de fundamental importância para resolução dessa problemática.        Mediante análise mais aprofundada, em face de artigo publicado por estudantes de estatística da Universidade Federal do Acre, foi constatado que 2/3 dos refugiados no estado não encontraram estrutura mínima, como abrigos ou projetos receptivos do Governo ao chegarem no país. Além disso, nesse mesmo estudo observou-se que 80% desses imigrantes estariam desempregados ou incluídos no mercado de trabalho informal. Os dados dessa pesquisa só confirmam a falta de políticas públicas capazes de integrar essas pessoas ao âmbito social brasileiro.       Com a finalidade de assegurar uma conjuntura digna de condições vitais aos refugiados que escolheram o Brasil como sua nova pátria, o Conselho Nacional de Justiça em parceria com as Secretarias Municipais de Assistência Social devem criar um cadastro nacional desses imigrantes a fim de acompanhá-los individualmente e garantir acesso ao emprego, moradia e saúde com a ajuda dos programas de amparo já existentes. Paralelamente a isso, as emissoras de TV aberta deveriam incluir o drama da rotina dessas pessoas em suas novelas com o intuito de provocar empatia, solidariedade e engajamento dos brasileiros com o dilema em questão.