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Enviada em: 16/10/2017

O século XXI traz em seu bojo o desafio da problemática migratória na Europa. Em primeiro plano, há a necessidade de conhecer quem são os indivíduos envolvidos nessas mudanças espaciais a fim de evitar medidas utilitaristas e, a partir disso, gerenciar a crise ao entender a estruturação global.   Uma análise subjetiva, com a finalidade de identificar os anseios das pessoas envolvidas nos movimentos migratórios, presta-se a evitar propostas imediatistas levadas, muitas vezes, por pensamentos ultranacionalistas e até mesmo com objetivo eugênico. Historicamente, Hitler e a Alemanha nazista buscaram extirpar o “mal” que, segundo a própria ideologia, eram os afrodescendentes, os homossexuais e, sobretudo, os judeus. Sob um olhar cauteloso desde o pós-guerra, numa volta às concepções kantianas de valorização do princípio da dignidade humana, os imigrantes e refugiados antes de números, estatísticas ou cifras, devem ser vistos como seres humanos compostos de consciência para sobreviverem.   Porquanto, ao fugirem ou escaparem de conflitos, de catástrofes naturais ou de perseguição política, étnica e religiosa, os imigrantes aumentam o contingente populacional e influenciam a economia nacional dos países receptores. Sob uma perspectiva governamental, tal cenário gera uma crise uma vez que, segundo dados de levantamentos da ONU, 85% dos refugiados buscam a qualquer custo um ambiente minimamente habitável em comparação à hostilidade de outrora vivida. Logo, se, por um lado, não há exigência de grande comodidade, por outro, os Estados que recebem precisam não só suprir essa expectativa, mas ultrapassar uma fronteira em direção ao altruísmo e ideal de solidariedade entre os povos para entenderem, assim, que, como preceitua Noberto Bobbio, os indivíduos são cidadãos do planeta Terra antes de o serem de seus respectivos países.   O ambiente de crise de migração não pode ser analisado como contingências isoladas quando há um mundo globalizado composto por indivíduos dotados de dignidade. Portanto, as resoluções envolvidas perpassam pelo estabelecimento de um Estado Social Mundial, entendido em termos globais como conjunto de Estados Nacionais que transcende fronteiras físicas e políticas, com o auxílio de Organizações internacionais e a própria comunidade como desenvolvedores de locais seguros para os que demandam e soluções conjuntas para as localidades de origem afetadas.