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Enviada em: 13/03/2018

Charles Augustin de Coulomb, importante físico francês, propôs uma lei de mesmo nome segundo a qual partículas eletricamente carregadas com cargas opostas se atraem enquanto que as de mesmo sinal se repelem. Entretanto, o que se percebe na sociedade brasileira contemporânea é o inverso do que foi formulado, tendo em vista que refugiados e imigrantes são constantemente marginalizados e vistos como inferiores. Nesse perspectiva, é relevante afirmar que esse preconceito decorre não do medo, mas da falta de informação e alteridade para com o outro.       A fim de compreender melhor o problema, é válido ressaltar que uma das maiores demonstrações xenofóbicas - isto é, a antipatia e a desconfiança em relação a pessoas que vêm de fora de determinado país com uma cultura, hábito e religião diferentes - ocorreu com a ascensão do Nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, o ódio e a aversão disseminada a grupos que não se encaixavam em um "padrão" imposto pelos alemães ocasionou a morte de milhares de pessoas. Infelizmente, em pleno século XXI tal contexto de intolerância ainda persiste e os refugiados são as principais vítimas.   Segundo dados da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), aproximadamente 60 milhões de indivíduos estão em condição de deslocamento forçado, ou seja, forçados a deixar o local de origem para fugir de conflitos armados ou perseguições políticas, étnicas e/ou religiosas. Importante salientar que no Brasil, apesar da xenofobia ser criminalizada, os casos de agressão resultante desse tipo de preconceito aumentaram de forma alarmante nos últimos anos. Desse modo, é possível afirmar que tais atitudes revelam a concepção de etnocentrismo - inferiorizar uma cultura distinta - enraizada na sociedade.        Dado o exposto, fica evidente que medidas são necessárias para resolver o impasse da falta de acolhimento aos refugiados no Brasil. Assim, as prefeituras, em parceria com o Ministério da Cultura, devem organizar eventos nas praças públicas, em que os imigrantes possam apresentar a própria história, costumes e cultura de modo a desmistificar o medo que as pessoas sentem. Aliado a isso, as escolas, subsidiadas pelo Ministério da Educação, devem elaborar, no próprio ambiente acadêmico, debates e palestras acerca da temática, que serão ministradas por graduandos dos cursos de História, Sociologia e/ou Ciências Sociais, de modo a estimular o senso crítico, empatia e alteridade dos alunos para que se tornem adultos que respeitam as diferenças socioculturais.