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Enviada em: 26/05/2019

O Brasil é um país com tradição no judiciário. Em 2009, aproximadamente 80 milhões de processos circularam pelos tribunais. O número tende a crescer, tendo em vista que em 2008 eram 70 milhões de processos com apenas 16 mil juízes aptos a julgá-los. O fato de ter tantos processos tem seu aspecto positivo e negativo: apesar de a população acreditar e depender do sistema de justiça, o sistema não consegue devolver a confiança ao cidadão pois não consegue lidar com tanta dependência.       Nos últimos anos, o número de processos judiciais aumentaram significativamente. Inúmeros casos estão na fila de espera. Como efeito disso, muitas pessoas acabam não tendo suas causas julgadas e acabam ou sendo prejudicadas pela demora do julgamento ou até desistindo do processo. Também muitos crimes acabam sem julgamento e sem punição, agravando os problemas sociais já existentes. O número elevado de processos indica uma realidade do brasileiro: muitos processos por motivos banais. Já houveram tantos processos estapafúrdios e sem finalidade nenhuma que acabaram por engrossar a lista de casos não julgados. Tome-se como exemplo um caso de 2009 quando um funcionário da empresa Mc Donald's processou a empresa após ter engordado 34 kg e afirmou que a empresa era responsável por ele estar sempre em contato com alimentos não saudáveis. O homem conseguiu indenização de 30 mil reais.       O sistema judiciário conta com várias subdivisões específicas para cada caso. Mesmo assim, tem-se um déficit de juízes, apenas 18 mil em 2016 para uma população de 207 milhões de habitantes. Hoje, somam-se aproximadamente 105 milhões de ações no judiciário. O fato é: não há uma solução  milagrosa e totalmente eficiente para esse caso, não há como simplesmente criar novos juízes ou forçar que os cidadãos parem de mover ações judiciais. Isso seria anti-democrático. O único caminho é formar mais juízes com polivalência, ou seja, não especializados em apenas uma área, mas em mais de uma área, geral. Caso não seja feito algo para solucionar essa "inflação judicial", o sistema se torna inoperante e o que resta é um caos total, com cada vez menos justiça, que passará a ser feita com as próprias mãos.       Para evitar um caos social, os cursos de direito devem abordar todos os ramos da justiça (militar, eleitoral, trabalho, direito e federal). Necessariamente a duração do curso irá aumentar e o custo também, mas a saída proposta é a contratação de estudantes de direito para cumprirem um "estágio" nos tribunais, gerando emprego, salário e experiência para a futura profissão no sistema judiciário. Desse modo, o país formará mais juízes que possam servir para mais de uma tarefa e "quebrar o galho" para atender a todas as demandas judiciais.