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Enviada em: 25/05/2019

Segundo o mais recente relatório do órgão que atua como canal de comunicação entre o Conselho e a população, dos 5.070 atendimentos realizados pela Ouvidoria, 2.306 foram relacionados à demora no julgamento de ações judiciais e 98% desse total foram reclamações. O levantamento foi feito entre os meses de abril a junho de 2018.       A morosidade na atuação de processos muitas vezes é atribuída a condição de uma das partes, tendo em vista que em um país capitalizado como o Brasil, a posse e aquisição de bens materiais definem o rumo das coisas. Para uma população imediatista e leiga, poucos são os informados de que o período de resolução processual é atribuído a uma comarca jurídica, onde juntamente com seus assessores, o Juiz recebe mais de quinze mil processos para resolução, o que retém uma demanda muito alta e consequentemente um tempo maior para um veredito.       O problema não deve ser diretamente atribuído  aos juristas, e tão pouco a comarca na qual atuam, o problema se centraliza em uma estrutura falha, onde o número de processos sobrecarrega uma equipe pequena de assessores e mediadores que precisam dar conta do pleito.        Nesse sentido, o CNJ já se manifestou, em parecer, pela adoção de métodos de mediação e conciliação, que se elevam como uma importante saída para esse problema. Afinal, em muitos dos casos, os gastos gerados pela movimentação judicial acabam sendo maiores do que a própria dívida que está cobrada.       Cabe a nós como cidadãos requerer ao Constituinte, ao Poder Público do Estado, ao Ministério Público, e aos demais órgãos de atuação, uma melhora estrutural do sistema judiciário, onde equipes maiores conseguirão trabalhar eficientemente mesmo com uma demanda alta, e sim retornar ao povo o direito processual pelo qual clamam.