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Enviada em: 26/08/2017

No decorrer da idade moderna ,com o desenvolvimento das ideias iluministas,a estrutura social passou a assumir novos rumos,à medida que havia maior necessidade da garantia de segurança para a população.Com isso,acordos estatais ,estabelecidos com a sociedade, passaram a vigorar e assumiram dimensões universais com a criação de uma instituição judicial que ,hoje, possui uma  importante função no estabelecimento do equilíbrio social.Entretanto,no Brasil, o Poder Judiciário encontra obstáculos no aprimoramento de estratégias para a aplicação efetiva da justiça,isso devido a existência de fatores, ligados à realidade do país,ora culturais,ora estruturais.   É indubitável que exista no país uma forte cultura relacionada à judicialização.Montesquieu,ainda no período moderno,lançou uma teoria na qual afirma que a ordem social depende,sobretudo,do pleno equilíbrio entre os poderes Legislativo,Executivo e Judiciário.No entanto,a ruptura desse paradigma é bem visível no Brasil ,haja vista que a descrença populacional nos dois primeiros poderes leva a sociedade a direcionar suas demandas apenas ao judiciário,motivo pelo qual a cultura judicial é persistente,o que acarreta no inchaço dos órgãos desse setor e por conseguinte na fragilidade do acesso à justiça.O acúmulo de processos que poderiam ser resolvidos e finalizados em setores públicos,por exemplo,ilustra esse contexto e sugere maior preparo dos órgãos administrativos do governo na resolução das demandas sociais.   As constantes rupturas democráticas na resolução de processos,outrossim, se configura como um obstáculo ao restabelecimento  da eficiência do Poder Judiciário.As falhas estruturais cometidas a partir da não atualização virtual de fóruns,ou mesmo,o atraso na implantação eficaz do sistema de mediações,por exemplo,adiam a celeridade nas repostas às demandas judiciais,o que causa um crescente sentimento de insegurança jurídica na população.Assim,é gerado um caos que leva  ao que Hanna Arent denomina de  "banalização do mal",isto é, a não confiabilidade da população na justiça estatal causa um aumento na ocorrência de crimes justificados pelo pensamento humano da "justiça feita pelas próprias mãos".   Entende-se,portanto,que o problema em torno da crescente  ineficiência do Poder Judiciário decorre de impasses na estrutura do próprio órgão e também daqueles adjacentes a ele,como os que envolvem a administração pública.Nesse sentido,é necessário que o  Ministério da  Justiça amplie seus setores ofertando,aos municípios, comarcas especializadas em mediação,ou seja,resolução rápida de conflitos.Ademais,é preciso que os órgãos públicos invistam no treinamento de funcionários e em tecnologia para garantir que as demandas não sejam encaminhadas para a justiça obstruindo-a.