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Enviada em: 21/08/2017

O Brasil é popularmente conhecido como um país onde a justiça acontece de forma lenta, mas, é importante destacar porque esse fato ocorre e como a própria cultura brasileira é a maior culpada por isso.       De acordo com o que foi dito pelo Ministro Gilmar Mendes no encerramento do seminário O Novo Processo Civil e a Eficiência no Poder Judiciário, em 2009, 80 milhões de processos tramitaram pela justiça, e isso foi julgado como algo bom, pois, nos definiria como uma sociedade judicialmente dependente. Porém enxergar isso de forma positiva é algo perigoso e que ratifica um tipo de comportamento que  não deve ser incentivado.       O povo brasileiro recorre constantemente a justiça não por acreditar na mesma, mas sim pela ausência de algo essencial no seu dia-a-dia: bom-senso. Seria normal se, por exemplo, ao cobrar um consumidor por uma fatura anteriormente paga, a empresa que realizou a cobrança indevida, utilizasse de bom-senso e devolvesse o valor sem ser necessário recorrer a justiça, mas, na prática nós sabemos que se o consumidor não procurar por seus direitos, não terá o dinheiro reavido.        A consequência é que para ter seus direitos cumpridos de forma satisfatória cidadãos são obrigados a recorrer a justiça a cada mínimo conflito que na maioria das vezes poderia ser resolvido se cada um utilizasse do seu bom-senso. A questão é profunda e perpassa pelas nuances de uma cultura que  é sabidamente associada a essa população e tem até nome: "esperteza".              Consequentemente a solução mais plausível seria reeducar o pensamento coletivo, para que se torne de fato coletivo e não individualista. Assim, por exemplo, ao colidir com alguém no trânsito ao invés de abandonar o local na primeira oportunidade, um cidadão que for estimulado a usar o bom-senso irá se identificar e resolver o problema, não sendo necessário que mais um processo se inicie na sobrecarregada justiça brasileira.